terça-feira, 6 de agosto de 2013

Exposição retrata cem anos de fotografia erótica russa

agosto 06, 2013 | por Resumo Fotográfico

"Nó de tempo" (2005), de Stas Námin

Está em cartaz, desde o dia 1 de agosto, no Palácio Stroganov, em São Petersburgo, na Russia, a exposição "Beleza sem glamour?", que apresenta uma grande coleção de fotografias de nus - cerca de 80 obras de galerias e coleções particulares - que refletem o desenvolvimento do nu na fotografia russa desde 1900.

Está é a primeira vez que uma exposição desse gênero é realizada nessa magnitude no país, reunindo mestres conhecidos como Alfred Eberling, Nikolay Svishtov-Paola, Andrêi Kniazev, Dmitri Vozdvizhenski, Aliá Esipovitch, Vita Buiwid, Vazgen Arutiunov e outros.

Alfred Eberling, 1900
Segundo a curadora da exposição Svetlana Zíntchenko, não há provocação nem vulgaridade nas obras expostas. trata-se de uma espécie de protesto contra as fotos retocadas e editadas, privadas das imperfeições dos corpos e desprovidas de alma. “Aqui a mulher é apresentada como sujeito, e não como objeto", ressalta.

Dentre as fotografias mais antigas, o trabalho do famoso pintor Alfred Eberling, que foi aluno de Iliá Répin e que fotografava as suas modelos para que elas não precisassem ficar por um longo período em posições desconfortáveis, utilizando as fotos como esboços para os seus trabalhos.

Estão também expostas raríssimas fotografias tiradas após a década de 1930, época em que o gênero “nu” deixou de ser considerado como “arte oficial” pelos dirigentes da URSS.

Nesse período, artigos condenavam a nudez e a antiga escola fotográfica começou a ser perseguida. Em 1936, o cineasta Alexandre Greenberg foi acusado de espalhar pornografia e sentenciado a cinco anos de prisão.

O número de trabalhos do tipo só foi aumentar a partir dos anos 1960, embora de forma ainda contida. Foi no anos 1990 - que representou a mudança do poder político no país - que surgiram muitos autores, com diferentes pontos de vista e técnicas.

Nikolay Filippov [esquerda] e Nikolay Khorunzhaya

Fonte: Moi raion (via Gazeta Russa)