terça-feira, 24 de setembro de 2013

Resumo: Paraty em Foco 2013

setembro 24, 2013 | por J.Goffredo

O Paraty em Foco é considerado um dos mais importantes festivais de fotografia do Brasil, se não o mais importante. É uma boa chance para trocar experiências, fazer workshops, ver exposições, bater papos, fazer fotos, fazer amigos, conhecer grandes fotógrafos etc.

Normalmente o evento é organizado para a segunda quinzena de Setembro, na lua nova ou na lua cheia, para que tenha uma atração extra - a maré alta que invade Paraty nestes dias, especialmente o Centro Histórico. Inclusive a Casa do Paraty em foco, onde era a sede da organização, onde estavam algumas exposições, tiveram alguns dos workshops, funcionou a livraria do evento etc, ficou cercada pela maré alta.

A maré alta e a Casa Paraty em Foco
Neste ano a maior parte das exposições foi ao ar livre, e não em galerias, incluindo os muros da Casa de Cultura. Uma grande novidade foi O Grande Cubo, também chamado de Torre de Babel, no estacionamento ao lado da praça da Matriz. Por fora dele tinham fotos grandes, com um fotógrafo por face, e ainda uma passagem em zig-zag dentro formando três salas com fotos grandes, em paineis.

O Grande Cubo, ou Torre de Babel
Muitas exposições eram em cubos de cerca de um metro de lado com uma foto por lado. De noite estes cubos acendiam, se iluminando por dentro. Geralmente eram um cubo por artista, mas a exposição The Afronauts, de Cristina de Middel, ocupou o Largo da Santa Rita com muitos cubos e peças maiores.

The Afronauts


Uma das exposições estava fora do Centro Histórico, na Praia do Pontal, às margens do Rio Perequê-Açú. Era Portraits, de Jorge Fuembena, Ela seguia um formato próprio, com peças de três faces, cada uma contendo um retrato, e cada bloco seguindo um tema.

A exposição mais impressionante foi na Galeria Zoom do fundador do Paraty em foco, Giancarlo Mecarelli. Era Bangladesh de Pep Bonet. Nela eram contadas as histórias de meninos e meninas de 11 a 13 anos que tinham que trabalhar e largar a escola por casa da miséria. Eles ganhavam cerca de um dólar por dia em fábricas de tijolos, comércio, mercados etc. Elas ganhavam de 10 a 15 dólares por dia como prostitutas atendendo até cinco clientes por dia.

Portraits

As entrevistas aconteciam no auditório da Casa de Cultura, e eram transmitidas para o pátio da Casa de Cultura e para a tenda montada na quadra do Centro Histórico. Só quem pagasse poderia assistir no auditório e fazer perguntas, mas o acesso aos outros pontos eram livres. Os temas das entrevistas foram bem variados.

As entrevistas encerraram no sábado de noite. O bureau de impressão do Estúdio Lupa, o Lounge Nikon e o estande da Epson também fecharam sábado de noite.

Publico no pátio da Casa de Cultura


O encerramento do evento foi no domingo de manhã, mas isto não encerrou todas as atividades. Alguns workshops aconteceram no domingo, e as exposições ao ar livre começaram a ser desmontadas no domingo de noite.

Pode-se afirmar que o ponto alto dos workshops foi o encerramento do workshop Desconstruindo o Olhar, do Claudio Feijó . Foi uma sessão de exorcismo na Praça da Matriz, por volta das raízes de uma árvore que caiu meses atrás, com velas, barbante, desejos, queixas etc.

O Exorcismo dos Fotógrafos




Mas em eventos assim, em lugares abertos, especialmente em Paraty, acontecem muitas coisas em paralelo. São exposições em paralelo (entre elas a da Oficina Pinhole Sem Foco 6.6), músicos tocando na rua, mas o destaque foi a fotografia pelo processo de colódio úmido que estava sendo feita na rua. Não era barato fazer uma foto destas, mas era muito interessante ver um retrato em placa de vidro, tal como era feito na segunda metade do século 19.

Terminando a revelação de uma foto


Aconteceram muitas outras coisas que não foi possível acompanhar, e até mesmo relatar aqui. Para mais fotos do evento clique aqui.