segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Fotojornalistas podem ser alvos de quadrilha especializada

novembro 25, 2013 | por Cid Costa Neto

Criminosos estariam se organizando para furtar equipamentos fotográficos durante eventos esportivos

Foto: Fernando Martinez
O furto a fotógrafos em eventos esportivos está virando rotina. Apenas neste mês, quatro profissionais da mídia tiveram seus equipamentos furtados dentro de estádios na região Sul do país.

Na última quarta-feira (20), o fotojornalista esportivo Heuler Andrey teve todo seu equipamento furtado na sala de imprensa da Vila Capanema, em Curitiba, durante a primeira partida da final da Copa do Brasil de Futebol. Durante o mesmo evento a repórter Daiane Cordeiro também teve sua câmera furtada na sala destinada aos profissionais da imprensa.

No começo do mês, Diego Vara e Lucas Uebel, tiveram seus equipamentos furtados na área do gramado da Arena do Grêmio, antes da partida entre Grêmio e Atlético Paranaese, pela semifinal da Copa do Brasil.

E a lista não para por aí. Em maio deste ano, Flávio Alves teve o equipamento roubado durante evento de inauguração da Arena Pernambuco. Segundo seu relato no Facebook, uma pessoa desconhecida o teria distraído, enquanto uma terceira subtraia uma de suas câmeras de sua bolsa. Ele ressaltou ainda que o incidente ocorreu em uma área de acesso restrito ao pessoal credenciado da imprensa. Em maio o fotógrafo entrou com ação de indenização por danos materiais e morais contra a Arena Pernambuco.

Em Julho, os fotógrafos André Lemes, Rodrigo Ruiz, Rafael Gagliano e André Santos, tiveram seus equipamentos furtados dentro da sala de imprensa do autódromo de Interlagos durante a etapa paulista do Campeonato Brasileiro de Marcas.

As ocorrências vão além dos eventos esportivos. Em Setembro, o fotógrafo Buda Mendes, da agência Getty Image teve seu equipamento furtado dentro da sala de imprensa do festival Rock in Rio, durante o período de 10 mim que se ausentou para ir ao banheiro. Outras duas câmeras da empresa que fazia assessoria de comunicação do festival também desapareceram.

Crime organizado?

A frequência de furtos a fotógrafos ocorridos em áreas restritas à imprensa e a rapidez com que os equipamentos "somem", levam a crer que exista uma quadrilha especializada neste tipo de crime. Suspeita que já havia sido levantada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, após os furtos acontecidos na Arena do Grêmio em Porto Alegre.

Não há confirmação de que os crimes tenham ligação ou sejam isolados, mas o fato é que os repórteres fotográficos estão sendo alvos constantes.

Responsabilidade

Imagine você deixando o seu telefone móvel ou notebook sobre a mesa do escritório onde trabalha. Enquanto você se ausenta por dois ou três minutos, para pegar algum acessório, conversar com algum colega ou mesmo para ir ao banheiro, ao retornar seu aparelho não está mais lá. É mais ou menos esta a sensação de um profissional que tem o seu equipamento subtraído nas situações descritas acima.

A sala de imprensa é o local de trabalho dos repórteres e tem que ter segurança. Não há como um profissional concentrar-se em sua atividade tendo que ficar preocupado com a segurança de seu equipamento.

Em todos os casos as organizadoras dos eventos isentaram-se de qualquer responsabilidade pelos incidentes, mesmo nos casos em que as câmeras de vigilância não estavam funcionando.

Não há como julgar tais casos como sendo mera negligência do próprio profissional. É importante que as entidades de classe, associações e sindicatos que representam os repórteres, posicionem-se para que exista uma maior segurança nos locais de trabalho.