quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Fotografias de Fábio Cançado e de Priscila Heeren ocupam a galeria do BDMG Cultural

fevereiro 16, 2017 | por Resumo Fotográfico


A programação de exposições da Galeria de Arte BMDG Cultural, em Belo Horizonte, retorna às suas atividades nesta sexta-feita (17), às 19h, com a abertura das exposições simultâneas de Fábio Cançado, Reserva da Paisagem – Dos Modos de Ver, e de Priscila Heeren, A Delicadeza Atroz do Tempo. Os artistas, selecionados pelo programa de artes visuais Mostras BDMG, revelam o modo particular de observar e capturar o seu redor.

Fábio Cançado se dedica à linguagem visual, expressando-se por meio de objetos, vídeos, instalações e principalmente fotografias. Consagrado pelo Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2002, e pelo Festival Internacional de Mídias Móveis da Telemig Celular, em 2009, Fábio apresentará em sua exposição fotografias e objetos óticos, utilizando seu olhar para referências da história da fotografia, da pintura e do cinema. “Cito Mark Rothko no uso da cor e abstração na série Mar Pantone; presto homenagem ao suspense de David Linch, na série Entradas. Também desdobro a fotografia e a pintura em objetos óticos, nas séries Bisotempo e Ver a Vista”, explica Fábio.

Os objetos óticos são espelhos bisotados e lentes que trazem a discussão da identidade do olhar. “No geral, a paisagem e a forma contemporânea de revê-la na fotografia está em toda a minha exposição”, completa. Apesar da participação humana não ser uma característica da fotografia de paisagem, em seu trabalho, Fábio atesta a sua presença por meio do ato das pessoas de observar a paisagem, anônimos em suas condições de observadores e observados.

Em A Delicadeza Atroz do Tempo, Priscila Heeren apresenta um ensaio realizado em 2014, em uma fábrica desativada de cortiça de meados do século XIX, a Fábrica Robinson (1840-2009), na região do Alentejo, em Portugal. Selecionada para participar da residência fotográfica internacional Conviver na Arte, oferecida pela Fundação Robinson, mantenedora do espaço, Priscila foi a única brasileira escolhida por meio de edital. Durante 21 dias, teve a oportunidade de desenvolver um ensaio poético pautado pelo registro do tempo. “Hoje, o tempo é o principal habitante dos prédios e pátios vazios da antiga fábrica”, conta a artista.

O trabalho, de densa carga pictórica, composto por fotografia e vídeo, é uma proposta de representação que busca não a documentação literal do espaço, mas explorar, por meio da imagem, recortes íntimos de paisagens e objetos remanescentes da centenária fábrica, que simultaneamente resiste e cede à força inexorável do tempo. “O registro da presentificação plástica e sonora da força desse tempo, associado a pequenas intervenções no espaço, que suscitam a memória do grande corpo vivo e marcado da antiga fábrica, são os fios condutores deste ensaio”, explica Priscila.

Selecionados por uma comissão julgadora, os trabalhos de Fábio e Priscila representam o crescimento da fotografia em todo o estado. “A fotografia como linguagem vem se tornando cada vez mais viável. Percebemos um aumento visível das inscrições com propostas de exposições fotográficas”, afirma Tibério França, um dos membros da comissão julgadora do Mostras BDMG.

"Umbral", de Fábio Cançado

"Intervenção em vermelho", de Priscila Heeren

SERVIÇO

Exposições "Reserva da Paisagem – Dos Modos de Ver" e "A Delicadeza Atroz do Tempo"
Data: de 18 de fevereiro a 29 de março
Horário: sábados, domingos e feriados, de 10h às 18h. Às quintas-feiras, de 10h às 21h.
Local: Galeria de Arte BMDG Cultural – Rua Bernardo Guimarães, 1600 - Lourdes, Belo Horizonte