quarta-feira, 8 de março de 2017

Campanha da Saint Laurent é acusada de sexismo

março 08, 2017 | por Resumo Fotográfico

Entidade reguladora da publicidade na França quer que os anúncios sejam alterados e vai reunir com a marca de moda na sexta-feira para decidir se toma ou não medidas contra a empresa.
Fotos: Charles Platiau/Reuters 
Uma nova campanha publicitária da marca francesa Saint Laurent provocou uma onda de protestos e pedidos para que seja retirada. As poses das modelos mostradas nas fotos foram consideradas "degradantes" para as mulheres.

As fotos foram produzidas pela dupla Inez Van Lamsweerde & Vinoodh Matadi e divulgadas recentemente pelas ruas de Paris, em plena temporada de desfiles das coleções outono-inverno 2017-18. Em uma das imagens a modelo aparece deitada com as pernas abertas, vestindo casaco de pele, meias arrastão e rodas de patins fixadas em sapatos de salto. Em outra imagem, a modelo – vestida com um body e sapatos também com rodas – aparece inclinada sobre um banco.

As imagens foram consideradas explicitamente sexuais e provocaram um movimento de contestação nas redes sociais. A associação feminista francesa "Osez le feminisme" pediu a retirada da campanha, alegando que a publicidade era formada por elementos sexistas. “Tem hiperssexualização, conversão da mulher em objeto, posição de submissão. Simbolicamente, é muito violento", disse a porta-voz da associação, Raphaelle Remy-Leleu. "Como alguém pode hoje em dia pensar que vai conseguir vender com isso? Me pergunto se não tiveram a intenção, com a ideia de criar um escândalo para que se fale (da marca)", disse.

A Autoridade Reguladora Profissional da Publicidade (ARRP) na França recebeu mais de 50 denúncias e quer que a marca altere os anúncos. "Pedimos à marca que faça alterações nestas imagens o mais rapidamente possível", disseram à Reuters. A ARRP irá se reunir na sexta-feira com representantes da Yves Saint Laurent para decidir se toma ou não medidas contra a empresa. De acordo com o diretor da entidade, Stéphane Martin, a marcar teria "infringido claramente" as regras da publicidade que "excluem qualquer representação degradante ou humilhante da pessoa humana (..) especialmente através de de atitudes, posturas, gestos, sons, etc."