Na programação do Seridó Ciné, festival de audiovisual do Rio Grande do Norte, estreou o filme curta-metragem “O Photographo Zézelino”, desenvolvido pelos fotógrafos Damião Paz, Meysa Medeiros e Henrique José. Os idealizadores se inspiraram no livro “Quando a pele incendeia a memória”, da artista Ângela Almeida, que resgata um personagem importante e emblemático da fotografia potiguar, o fotógrafo caicoense José Ezelino da Costa, que no início do século XX, eternizou em suas imagens, a cidade e o povo do seridó. Negro, filho de escrava, o artista pouco conhecido do grande público, ganhou um filme no formato Docuficção. O cenário visa uma viagem ao passado, constituindo-se de roupa característica de época, além de objetos cênicos, como câmeras fotográficas, rádio, entre outros instrumentos, que auxiliam na construção de um dia na vida de Zézelino. O ator responsável por dar vida ao personagem é o também fotógrafo Damião Paz. O filme de 3 minutos se torna um resgate e uma homenagem a Zézelino, nome tão importante nas páginas da história nordestina e do Brasil.
A história de ZézelinoJosé Ezelino, conhecido na intimidade da família como Zézelino, foi o primeiro fotógrafo negro do Rio Grande do Norte, filho de escrava alforriada Bertoleza, que nasceu no sítio Umbuzeiro, nas proximidades de Caicó (RN), no ano de 1889, um ano após a abolição da escravatura no Brasil. Tinha vocação para as artes, como músico tocava instrumentos de sopro e tinha uma verdadeira adoração pelo jazz e música sacra, mas foi na fotografia que se encontrou. José Ezelino registrou a si mesmo e aos seus familiares, da mesma forma que registrava as famílias abastadas do Seridó norte-rio-grandense. Enigmaticamente, ele mesmo criava os seus cenários e figurinos baseado em tendências europeias nunca vistas na região. O curta propicia uma viagem lúdica pelo universo musical, fotográfico e artístico do potiguar que entrou para a história regional.
Assista ao filme
Para assistir aos audiovisuais é necessário fazer um cadastro simples no site. Os longas e curtas estarão disponíveis até sábado, 13 de fevereiro, na plataforma streaming do festival. O Seridó Cine visa valorizar a produção potiguar e nordestina, promover a qualificação profissional, formar público e incentivar a criatividade do seridoense.
