terça-feira, 5 de setembro de 2017

Fotógrafa cria projeto para promover a inclusão das crianças albinas na Tanzânia

setembro 05, 2017 | por Gabriela Brina


Criado pela fotógrafa holandesa Marinka Masséus em colaboração com a Josephat Torner Foundation e o Stichting Afrikaanse Albino's, o projeto  "Under the Same Sun" tem como objetivo principal aumentar a conscientização sobre as horríveis circunstâncias das pessoas com albinismo na Tanzânia, mostrar sua beleza e compartilhar uma mensagem de aceitação e inclusão. A série foi premiada pelo The Prix de la Photographie Paris.

Na Tanzânia, a imagem de um albino é diretamente associada ao mal. Há até mesmo um preço na cabeça de crianças albinas, matar alguém com albinismo é considerado um ato que traz sorte. As superstições são tão profundas que muitas mulheres que dão à luz a uma criança com albinismo são ditas para matar o bebê ao nascer. Se a mãe se recusar, tanto ela quanto o bebê se tornarão marginalizados. Muitas crianças com albinismo tem seus direitos humanos mais fundamentais negados. São desprezadas, ensinadas que são más e obrigadas a viverem em constante medo de ataques brutais.


Em dezembro de 2014, uma menina chamada Pendo Emmanuelle foi tirada dos braços de sua mãe. A polícia ainda não encontrou seu corpo. Em fevereiro de 2015, Yohana Bahati, um menino de apenas 18 meses, foi tirado de sua casa e a mãe teve seu rosto cortado enquanto tentava proteger seu filho. Ela sobreviveu por pouco. Dias depois, o corpo do pequeno Yohana foi achado em uma floresta, onde foi encontrado de costas na lama com os braços e as pernas cortados.

Por causa de assassinatos como este, muitas crianças com albinismo agora vivem em campos. Rejeitados e cortados de suas famílias, elas vivem separadas da sociedade para se manterem a salvo. Em alguns dos acampamentos, as circunstâncias de vida são extremamente precárias, com a falta de cuidados considerados como básicos. Essa separação não resolve os problemas, não ajuda com a integração, não lhes dá chance de crescer como membros valorizados e respeitados da sociedade. Eles são isolados, separados, escondidos, muitas vezes maltratados e envergonhados.

Além das superstições, o albinismo na Tanzânia enfrenta outra ameaça. Sua pele e seus olhos não possuem pigmentação, o que significa que eles não tem proteção natural contra o sol africano. Isso resulta em queimaduras graves que com o tempo se tornam manchas marrons (geralmente no rosto) e câncer de pele. Organizações estão trabalhando duro para levarem protetor solar para a África e fornecer proteção às organizações albinas.








Fontes: Bored Panda, LensCulture