quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dúvida do leitor: Fotografia pericial

fevereiro 13, 2014 | por Cid Costa Neto

O leitor Rogério, de Ribeirão Preto, enviou uma dúvida a respeito de fotografia pericial:
"Gostaria de saber informações sobre fotos periciais ou algumas indicações onde posso encontrar esta informação."

Fotógrafa pericial registra evidências após tiroteio em Toulouse, no sudoeste da França (Jean-Philippe Arles/Reuters)

A fotografia pericial, também referida como fotografia forense, é uma área da fotografia que tem por finalidade auxiliar na investigação de um crime ou acidente. Distingue-se das demais áreas fotográficas por exigir do profissional um amplo conhecimento técnico e imparcialidade. Uma imagem pericial não pode ser interpretativa, causar emoções ou ser tendenciosa.

Trata-se de uma atividade realizada por um profissional duplamente qualificado que faz parte da equipe de peritos criminais que documenta de forma técnica a posição dos objetos e a situação do local no momento do incidente. Um detalhe ou um vestígio impossível de ser visto a olho nu pode ser registrado através de uma foto, tornando-se prova para desvendar o ocorrido.

“É uma categoria extremamente importante e que precisa estar se atualizando sempre”, diz o diretor do Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Adilson Pereira.

Foto métrica de uma marca de mordida (Knox & Associates)
Para fins de perícia são aplicados diferentes tipos de fotografias: fotografia das impressões papilares, dos traços grafológicos, dos traços fisionômicos, fotografia das anormalidades físicas, das lesões corporais, do local de crime, fotografia de peças, objetos e armas encontradas no local do crime, de acidentes ou incêndios e de cadáver.

Para cada tipo de fotografia, existe um procedimento padrão adequado para ser realizada, uma vez que devem servir tanto para auxiliar nas investigações como fornecer uma imagem tangível para que o tribunal possa entender o que aconteceu.

Bertillonage

Uma das primeiras técnicas criadas com essa finalidade, surgiu em 1879, criada por Alphonse Bertillon que desenvolveu o método de identificação antropométrico - também chamado em sua homenagem de Bertillonage - que consistia na captura de fotos frontais e de perfil dos criminosos, método que é utilizado até os dias de hoje.

Exemplo de Bertillonage realizada em 1900.





Bibliografia

A bibliografia sobre o tema é carente de publicações na língua portuguesa, com excessão de apostilas didáticas para concursos e dos próprios cursos realizados pelas Polícias. É possível, no entanto, encontrar facilmente no site Amazon.com, exemplares em língua inglesa como "Crime Scene Photography" de Edward M. Robinson, "Forensic Photography: Importance of Accuracy", de Sanford L. Weiss,  "The Practical Methodology of Forensic Photography" de David R. Redsicker, entre vários outros.

Ingresso

Para quem tem interesse em ingressar nessa área da fotografia, a Academia de Polícia "Dr. Coriolano Nogueira Cobra" da Polícia Civil do Estado de São Paulo, divulgou o edital para o concurso público de 120 vagas no cargo de Fotógrafo Técnico-Pericial. As inscrições devem ser realizadas entre 24 de março e 25 de abril de 2014.


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