quinta-feira, 23 de julho de 2015

Pichadores destroem obras de fotógrafo em galeria de arte

julho 23, 2015 | por Resumo Fotográfico



Pichadores destruíram seis obras do fotógrafo “Choque”, de 29 anos, expostas na Galeria Crivo, na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo. Na tarde de terça-feira (21), os pichadores levaram um funcionário para o fundo da galeria e impediram que ele reagisse. O prejuízo material está avaliado em R$15 mil.

Choque fotografou pichadores em ação por quatro anos, e há cinco anos não fotografa mais sobre o tema. “Me pegou de surpresa porque é um trabalho de muitos anos que nunca teve problema nenhum”, disse o fotógrafo ao G1. Suas fotos estão no documentário “Pixo”, de João Wainer, e já haviam sido expostas na Bienal de São Paulo.

Foram pichadas expressões como “a rua não precisa de você”, xingamentos como “impostor”, “safado” e a frase “Guigo eterno”, em referência a um pichador que morreu em 2010 ao cair de um prédio na Avenida Rebouças.

Choque estava filmando a ação, e gravou a queda de Guigo. Ele acredita que o ataque a suas obras possa ter relação com esse vídeo. O grupo Pixo Manifesto Escrito (PME) assumiu a autoria do ataque, e, em nota enviada à revista Vice, falou sobre o fotógrafo: "Ele faz uso comercial desse vídeo. A família do Guigo tinha pedido para não ser publicado".

O fotógrafo contesta a acusação. “Como eu vou lucrar com aquilo? Alguém morrendo. É um absurdo”. Ele também disse que a divulgação dos vídeos está sempre ligada com expressões artísticas e arte urbana, e que nunca “estará em um comercial da Nike, por exemplo”.

Choque disse que o ato foi “um discurso fascista, um ataque de ódio, um ataque moral”. O artista ainda disse que estaria aberto ao diálogo se as coisas não fossem tratadas dessa forma. "O fato de ser anônimo impede o diálogo... Quem quiser conversar, eu converso”. No entanto, ele disse que o ataque “não é um diálogo no campo da arte, é um ataque de censura”.

Assista à matéria do SPTV que foi ao ar nesta quinta-feira.

Do G1 São Paulo