terça-feira, 17 de março de 2015

Capa de disco sofre censura de fabricantes por conter nudez

março 17, 2015 | por Resumo Fotográfico


O álbum "BLAM! BLAM!", do carioca Jonas Sá, estava previsto para ser lançado em junho de 2014, mas por conta do polêmico projeto gráfico, recebeu a negativa de três fábricas de CDs. Elas alegaram terem medo de perder a clientela gospel por causa da capa, fotografada por Jorge Bispo, com arte de Júlia Rocha e do argentino Molokid.

"Agora que o mundo explodiu numa modernização louca e todo mundo se assumiu capitalista, a censura passou a ser baseada no dinheiro. As fábricas não rejeitam a arte do disco por moralismo, mas, sim, pelo risco de perder dinheiro do público da música gospel. Se o conteúdo mais vendido fosse o naturista, eu não teria nenhum problema", disse o músico ao jornal O Globo.

Uma das empresas que rejeitaram o projeto alegou que podia enviar, por engano, uma caixa do álbum do carioca para um cliente que tinha feito o pedido de discos gospel e, por isso, perder o contrato, uma vez que o segmento religioso é o que mais vende mídia física atualmente.

"Quando pensei na capa, eu não estava tentando romper barreiras do moralismo ou algo do tipo. O lance é que aquela imagem é tão forte no sentido de brasilidade, já que é uma mulata com uma pose que remete à coisa do samba, de empinar a bunda como parte do ato de sambar, junto com todo o tratamento de arte feito pela Júlia, remetendo aos anos 80... Por isso fiz questão de que tivesse pelos pubianos. Ali, a gente está falando da beleza e da crueza, que estão presentes no álbum", comentou.

O encarte de "BLAM! BLAM!" também segue a linha da capa. Inspirado em revistas de pornografia de baixo custo das décadas de 1970 e 1980, conta com dois homens nus e muitos seios. Na colagem feita por Molokid, um dos homens recebeu um cacho de bananas estrategicamente posicionado na região púbica.

O disco só conseguiu ser finalizado após a empresa Ponto4 Digital aceitar prensá-lo. O lançamento acontece em Abril, pelo selo Coqueiro Verde.

Fonte: O Globo