quinta-feira, 24 de setembro de 2020

4ª edição do Festival Confluencias De Arte acontece online

setembro 24, 2020 | por Adriana Vianna

Dedicado às disciplinas de fotografia, pintura, audiovisual, instalação e performance, o evento foi criado em 2017 por Walter Alejandro Tapponier para fazer conexões de arte entre os territórios das linguagens artísticas e culturais, ampliando o diálogo da arte contemporânea latino-americana. 


(Foto/Divulgação)

O Festival reúne anualmente artistas da América Latina e de todo o mundo incluindo algumas residências artísticas. Para essa 4ª Edição que acontece nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 19h00 às 22h00 (horários de Argentina e Brasil) a experimentação será online em todas as redes sociais da Vaudeville Radio/TV com temas que tratam de influências e reações íntimas, pessoais, culturais e artísticas à pandemia de Covid-19. O programa, realizado por meio de videoconferências, inclui a apresentação dos artistas, a exposição de suas obras, reflexões e conferências com convidados. 


Conheça a história. Em entrevista, Walter Tapponier nos contou a origem do Festival:

Após se mudar para uma cidade pequena chamada Clorinda na região de Formosa, porta norte entre as fronteiras do Uruguay e Paraguay, ele descobriu que naquela cidade não havia qualquer tipo de infraestrutura para manifestações de arte e cultura; não havia museus, nem espaços culturais. Decidiu em 2015 fundar uma ONG chamada Innovar Arte y Cultura dedicada a promover ações artísticas mediante a produção, gestão, criação e facilitação de espaços criativos para o desenvolvimento individual e coletivo de artistas da comunidade. Os encontros incluindo música, teatro, exposições pictóricas, seminários de fotografias, entre outras ações, ajudaram a mudar a situação da cidade. "Hoje temos murais espalhados por muitos espaços públicos. Em tão pouco tempo o interior foi incorporado de forma eficiente."

Por fim, encontraram-se num momento de dar um próximo passo para trazer uma experiência conceitual mais profissional, "principalmente algo que pudesse interpelar o público e os próprios artistas para continuarem a evolução nesse mundo das artes". Foi assim que surgiu o Festival Confluencias De Arte que se propõe ao intercâmbio de artes dos grandes centros culturais, ou museus, para sua pequena cidade sem estrutura e fazê-la crescer num desenvolvimento cultural. A convocação do Festival é feita todo ano no qual um conceito é designado para nortear as propostas artísticas. A partir das incrições é realizada uma seleção e com critério curatorial tenta-se que a experiência seja o mais próximo possível, incluindo mini residências artísticas para haver diálogos entre os artistas e suas diferentes visões sobre o conceito; suas diferentes técnicas, suas formas de abordar o problema e as soluções de cada um em seu território. 

Nem tudo é partilhado em espaços fechados do Festival, o contato direto com o público que são as obras físicas permanecem em local fixo aberto durante os dias de exposição, mas as performances acontecem no espaço público. "Vamos quebrando o cotidiano nesses espaços públicos com ações artísticas que, finalmente, envolvem os transeuntes, nutrindo toda experiência de modo a mover arte pela cidade." Através do Festival a pequena cidade periférica foi introduzida no circuito cultural regional e também latino-americano. Nas primeiras edições artistas franceses, italianos e espanhóis estiveram em residência artística. Agora com essa versão experimental online o Festival chegou ao território global. "Esse objetivo já existia desde a 3ª edição, a ideia é procurar territórios diferentes em outras cidades periféricas que tenham, ou não, qualquer estrutura para manifestações artísticas a fim de conectar esses lugares. Com a pandemia o Festival está na rede, esse encontro com a diversidade deu um salto nessa intenção de conexão mais global."