quinta-feira, 17 de maio de 2012

Exposição apresenta cultura transexual de Paris

maio 17, 2012 | por Resumo Fotográfico

Jacky, 1961, Christer Strömholm
Estreia nessa sexta-feira (18) no International Center of Photography, em Nova Iorque, a exposição "Christer Strömholm: Les Amies de Place Blanche". São 40 fotos que documentam a história de jovens transgêneros masculinos no distrito da luz vermelha, no coração de Paris, durante a década de 1960, levantando questões profundas sobre identidade, gênero e sexualidade.

Chegando em Paris no final dos anos 1950, o fotógrafo suéco Christer Strömholm (Estocolmo, 1918-2002) estabeleceu-se em Place Blanche, casa do famoso Moulin Rouge. Lá, ele fez amizade e fotografou jovens transexuais - "senhoras da noite " - se esforçando para viver como mulheres e para arrecadar dinheiro para operações de mudança de sexo. Na França ultra-conservadora do General Charles  de Gaulle, os travestis eram considerados bandidos, regularmente abusados e presos pela polícia por serem "homens vestidos de mulheres fora do período de carnaval." Algumas dessas mulheres tiveram destinos trágicos. Outras, como "Nana" e "Jacky", finalmente cumpriram seu destino e levaram uma vida feliz como mulher. Vivendo junto com elas por 10 anos, Strömholm as fotografou em seus quartos de hotéis, bares e ruas de Paris.

"Esses retratos íntimos com exuberantes cenas noturnas como as de Brassaï, formam um magnífico, sombrio e tocante álbum, uma vibrante homenagem a essas meninas", disse a Assistente de Curadoria do ICP Pauline Vermare, que organizou a exposição. Estas fotografias foram publicadas pela primeira vez na Suécia em 1983, e o livro "Vännerna från Place Blanche" ("As Namoradas do Place Blanche"), que será reeditado este ano em Francês e Inglês, esgotou rapidamente, tornando-se um clássico cult e solidificando Strömholm como um dos grandes fotógrafos do século 20.

"Estas são imagens de pessoas cujas vidas eu compartilhei e que eu acho que eu entendi. Estas são imagens de mulheres - nascidaso biologicamente como homens - que chamamos de 'transexuais'. Quanto a mim, eu os chamo 'meus amigos da Place Blanche'. Foi então - e ainda é - sobre como obter a liberdade de escolher sua própria vida e identidade." - Escreveu Strömholm em 1983.


Fonte: ICP