Jacky, 1961, Christer Strömholm |
Chegando em Paris no final dos anos 1950, o fotógrafo suéco Christer Strömholm (Estocolmo, 1918-2002) estabeleceu-se em Place Blanche, casa do famoso Moulin Rouge. Lá, ele fez amizade e fotografou jovens transexuais - "senhoras da noite " - se esforçando para viver como mulheres e para arrecadar dinheiro para operações de mudança de sexo. Na França ultra-conservadora do General Charles de Gaulle, os travestis eram considerados bandidos, regularmente abusados e presos pela polícia por serem "homens vestidos de mulheres fora do período de carnaval." Algumas dessas mulheres tiveram destinos trágicos. Outras, como "Nana" e "Jacky", finalmente cumpriram seu destino e levaram uma vida feliz como mulher. Vivendo junto com elas por 10 anos, Strömholm as fotografou em seus quartos de hotéis, bares e ruas de Paris.
"Esses retratos íntimos com exuberantes cenas noturnas como as de Brassaï, formam um magnífico, sombrio e tocante álbum, uma vibrante homenagem a essas meninas", disse a Assistente de Curadoria do ICP Pauline Vermare, que organizou a exposição. Estas fotografias foram publicadas pela primeira vez na Suécia em 1983, e o livro "Vännerna från Place Blanche" ("As Namoradas do Place Blanche"), que será reeditado este ano em Francês e Inglês, esgotou rapidamente, tornando-se um clássico cult e solidificando Strömholm como um dos grandes fotógrafos do século 20.
"Estas são imagens de pessoas cujas vidas eu compartilhei e que eu acho que eu entendi. Estas são imagens de mulheres - nascidaso biologicamente como homens - que chamamos de 'transexuais'. Quanto a mim, eu os chamo 'meus amigos da Place Blanche'. Foi então - e ainda é - sobre como obter a liberdade de escolher sua própria vida e identidade." - Escreveu Strömholm em 1983.
Fonte: ICP