segunda-feira, 21 de julho de 2014

Entrevista: Annie Luna

julho 21, 2014 | por Cid Costa Neto

Dedicação e pioneirismo: A psicóloga paraibana Annie Luna (32), resolveu mudar de carreira para montar o primeiro estúdio especializado em fotografia de animais de estimação de João Pessoa. 

Você é formada em Psicologia. Como foi parar no ramo da fotografia?

AL. Bom, sempre gostei de fotografar, e curtia muito os momentos com minhas amigas, inventando ensaios nossos, com vária produções. [risos] Até que algumas amigas vieram me alertar que eu tinha muito "jeito" pra coisa. Foi então que comecei fotografando amigas grávidas e o pessoal foi gostando muito do trabalho.

Então comprei uma câmera melhorzinha, uma Sony HX1, que nem semi [profissional] é, mas foi com ela que aprimorei os meus trabalhos. Fiz o meu primeiro curso básico de fotografia ainda com ela. Mesmo com as limitações, era a oportunidade de conhecer mais sobre a técnica.

E quando você resolveu trabalhar apenas com fotografia?

A.L. Em 2012, me despertou ainda mais a vontade de me dedicar cem por cento à fotografia, pois sentia necessidade de criar, e na fotografia eu conseguia isso. Daí pedi demissão. Era psicóloga de uma renomada escola daqui da cidade.

E como veio a decisão de se especializar na fotografia de animais de estimação?

A.L. Sempre tive paixão por animais. Tive uma infância rodeada por eles, no sítio dos meus falecidos pais. Mas em relação a cães e gatos especificamente, desde 2009, quando resgatei o meu primeiro animal, minha cadela Lala. Daí veio a minha vontade de ajudar a causa animal.

Sempre pedi a Deus uma luz para que eu conseguisse desenvolver algo em que me sentisse mais viva e foi então que, um pouco antes de pedir demissão, uma grande amiga me falou, ao ver algumas fotos dos meus mascotes, que eu deveria investir em fotografar animais.

Na hora eu fiquei meio assim... Será? Porque nunca havia pesquisado sobre a fotografia pet. Mas depois de pesquisar, vi que em outras regiões do Brasil e em países no mundo, esse tipo de fotografia estava crescendo e muito. Então usei  o meu tempo livre para planejar tudo, todos os detalhes, ideias que colocaria em prática quando estivesse pronta e com condições financeiras para levar a frente os meus planos.

E quais foram as referências que você encontrou nessa sua pesquisa, que influenciaram no seu trabalho?

A.L. De primeira, foi o belíssimo trabalho do "Cão em Quadrinhos", pois as meninas tinham exatamente o mesmo propósito que o meu, trabalhar com fotografia de animais, unir as duas paixões e usar esse trabalho como forma de ajudar a causa animal. Também tem o Johnny Duarte, que é o fera e ícone nesse ramo de fotografia aqui no Brasil.

Foi então que fui planejando as minhas ações na parte social da coisa. Comprei meus equipamentos, consegui o ponto para locar e coloquei a mão na massa. Fui pintora, marceneira, artesã. Praticamente tudo no meu estúdio tem minha mãozinha. Como tenho facilidade em trabalhos manuais, sempre crio muitos dos figurinos e acessórios que são utilizados nos cenários temáticos



Como é o desenvolvimento do ensaio? O que os clientes querem com esse tipo de fotografia quando te procuram?

A.L. Estou em fase de divulgação, porque esse ramo da fotografia aqui na minha cidade e estado é muito novo. É o primeiro estúdio exclusivo de animais e aqueles clientes que conseguem enxergar a importância de se ter um registro profissional do mascote que tanto amam, estão adorando a novidade.

Mas ainda é preciso fazê-los entender que não é algo supérfluo, é um registro para a vida toda de seres que passam tão pouco tempo conosco e fazê-los valorizar um trabalho que não deve ser mais "barato" porque se trata de animais. É um trabalho fotográfico profissional, de certa forma ainda mais difícil. Animais são como crianças, só que mordem, costumo brincar com isso. [risos]

Cães podem ser um pouco imprevisíveis. Nesse período você já teve algum modelo que deu muito trabalho?

A.L. Sim, um labrador com seis meses [de idade], que parecia um furacão no estúdio. [risos] Cheguei a fotografar seis filhotes, fora os pais da ninhada. É muito trabalhoso, mas é muito divertido. Sempre quando chegam, os deixo o mais à vontade possível. Sempre peço para que os donos os deixem livres da guia, para que eles explorem o local, a fim de se familiarizarem.

E como você resolveu esse furacão?

A.L. Com esse furacão especificamente, [risos] no final deu tudo certo, o dono ajudou muito. Sempre tenho petiscos, brinquedinhos e sempre [mantenho] o dedo no gatilho, pois para esse tipo de fotografia temos que ser rápidos.

Sempre digo que temos que ir no tempo deles, porque quanto mais os forçamos, mais eles se estressam, e o animal estressado não é legal, eles sofrem e as fotos, os registros, não saem naturais.

Alguma dica para fotógrafos iniciantes que querem entrar nesse nicho?

A.L. Primeiro: amar os animais. Segundo: estudar muito e acompanhar trabalhos nesse ramo.




Para conhecer mais sobre o trabalho de Annie, acesse: www.clickaojp.com.