Empoderamento feminino afro-americano nas fotos de Javiera Estrada ~ Resumo Fotográfico

Meditation

Recentemente, foi publicado um livro que reúne fotografias da virada do século XIX, com imagens de afro-americanos que se apropriaram da câmera fotográfica como um meio para reformular a narrativa e as consequências dolorosas da escravidão, forjar um novo futuro e lutar por direitos iguais. “Pictures with Purpose” apresenta imagens de afro-americanos desconhecidos antes e depois da Emancipação - incluindo crianças, casais, imagens de jovens soldados em uniformes militares da época da Guerra Civil e babás com suas crianças brancas. O livro traz imagens em retratos informais, fotos de casamento, fotos de bebês, a vida cotidiana, as pessoas se divertindo. Para o Museu de História Afro-Americana as fotos ajudam a restaurar as histórias e as vidas de pessoas esquecidas ou marginalizadas que, frequentemente, estavam sujeitas ao racismo, estereótipos e situações pejorativas, mas que nas fotografias eles podiam se retratar como eram, como viviam e como aspiravam ser. Livres. No ensaio que publicamos hoje podemos apreciar um perfil de liberdade feminina pouco visto nos Estados Unidos.

Salt and Sea - Salt + Sea - Javiera Estrada

A mexicana Javiera Estrada é uma fotógrafa e artista multimídia conhecida por seus ensaios coloridos e lúdicos. Na série em preto e branco “Salt + Sea”, que apresentamos no curso online “O Nu Feminino na Fotografia e nas Artes Plásticas” (em que estudamos o nu artístico do clássico ao feminista), Javiera colocou intencionalmente as mulheres em sua forma mais vulnerável - nuas - de volta a um ambiente natural para mostrar sua força contra os elementos.

A interação entre as duas forças reduz a lacuna entre as construções banais sobre o lugar das mulheres na sociedade e a honestidade infalível da forma nua - onde seu espírito pode correr livre. A areia e as rochas são representativas do ambiente político hostil, enquanto a água demonstra a natureza mais fluida das mulheres. O ciclo multifacetado do oceano costuma ser comparado ao temperamento feminino como uma grande força. Portanto, não é surpresa que o sal, um elemento vital do mar, tenha sido referido como feminino em várias mitologias culturais, além de incorporar propriedades curativas.

Além disso, a divisão entre os últimos simboliza nossa atual disparidade social e monetária entre mulheres e homens e, especificamente, as mulheres afro-americanas. Historicamente, as mulheres afro-americanas raramente são fotografadas na areia ou no mar devido a atmosfera racialmente preconceituosa e ao medo instalado por seus opressores. “Esse medo não apenas enfraquece, mas suprime uma enorme demografia de mulheres em nosso país” - explica Javiera.