domingo, 13 de abril de 2025

O beijo da morte

abril 13, 2025 | por Cid Costa Neto



A fotografia de autor desconhecido faz parte do Arquivo Bettman. Tirada em 12 de maio de 1957, retrata o momento em que a atriz Linda Christian beija o piloto espanhol Alfonso de Portago em uma breve parada durante a corrida Mille Miglia, no norte da Itália. Portago morreu momentos depois, quando um de seus pneus estourou a 250 km/h, próximo da localidade de Guidizzolo, em Cavriana.

A fotografia ficou famosa na Itália e foi popularmente chamada de “Il Bacio della Morte”. Publicada na edição daquele mês da revista Life, a imagem ganhou a legenda: “A morte finalmente leva um homem que a cortejou”. Ao longo dos anos, tornou-se uma das mais conhecidas fotografias de beijos e um símbolo de audácia e paixão jovem.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Claudio Gatti lança livro com retratos inéditos tirados durante a pandemia

abril 02, 2025 | por Resumo Fotográfico



Nesta quinta-feira (3), acontece na Livraria da Travessa, em São Paulo, o lançamento do livro “Reflexões no isolamento: retratos de Claudio Gatti”, da Amê Content Comunicação e Editora. A publicação reúne 53 retratos com depoimentos de personalidades das mais diversas áreas, feitos pelo fotojornalista Claudio Gatti durante a pandemia da Covid-19, que assolou o mundo entre 2020 e 2021, e está completando cinco anos. A curadoria do projeto é de João Kulcsár e as entrevistas foram coordenadas e editadas pela jornalista Chantal Brissac junto a um time de colaboradores. O projeto tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.

Há exatos cinco anos, como milhões de outros profissionais, Gatti também foi obrigado a parar suas atividades devido à eclosão da Covid-19. Seu espírito inquieto não conseguiu ficar parado por muito tempo. Em uma conversa com o jornalista João Faria, surgiu a ideia de entrar em contato com alguns dos executivos que Gatti já havia fotografado, principalmente para as revistas Veja e Isto É Dinheiro, para que eles abrissem suas casas e mostrassem como estavam passando por aquele período de isolamento.

Os 53 retratos que compõem o livro são acompanhados de entrevistas realizadas pelos jornalistas Chantal Brissac (que também editou os textos), Sérgio Vieira, Silvia Balieiro e Silvio Nascimento, em que os líderes fotografados compartilham como estavam passando pelo período mais crítico da pandemia e os ensinamentos e reflexões trazidas por aquele momento de crise. As entrevistas também foram quase todas realizadas por teleconferência, entre 2020 e 2022. “Foi uma experiência muito interessante perceber como, após serem fotografados, eles tinham uma sede de falar sobre o impacto não só profissional, como pessoal, que a pandemia teve em suas vidas”, conta Chantal.


A lista inclui, entre outros, o então presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo e o presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Claudio Lottenberg, que estavam lidando diretamente com a Covid-19, líderes sociais como Edu Lyra, fundador do Instituto Gerando Falcões; Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta e Gilson Rodrigues, fundador do G10 Favelas. Integram a lista líderes empresariais como Elie Horn, fundador da Cyrela, Laércio Cosentino, presidente do conselho de administração da Totvs, Luís Rezende, então presidente da Volvo no Brasil, Marcelo Gomes, CEO da Alvarez & Marsal (que assina o prefácio do livro), e Sergio Zimerman, fundador da Petz.

Os retratos trazem as marcas registradas do trabalho de Gatti: elementos inusitados, um clima lúdico e espontaneidade. O reconhecimento conquistado ao longo da trajetória profissional fez com que essas lideranças abrissem a intimidade num momento ainda crítico da pandemia, tomando todos os cuidados necessários de distanciamento.
Quando recebo uma pauta, busco pesquisar e me aprofundar, e a partir disso vou atrás de elementos que possam contribuir na criação da cena. Antes de começar a fotografar converso e fico muito atento ao que a pessoa me fala, olho no olho – Claudio Gatti.
Na introdução, João Kulcsár, curador do projeto, afirma que “Claudio planeja cada foto que executa. Ele pesquisa e estuda o retratado antes de encontrá-lo, sem esquecer do papo descontraído e do prazer do acaso que o fazem ir de encontro a novas ideias para a produção final”. Ele também ressalta outros desafios trazidos pelo contexto da pandemia da Covid-19. “Os personagens aqui retratados abriram-lhe as portas, confiaram e embarcaram em sua jornada e se mostraram de uma maneira distinta, em poses inabituais, dentro de espaços cotidianos ou não, com todas as limitações do confinamento”.

Os retratos da pandemia: terno e prancha de surfe na piscina, presidente sem sapato

Gatti buscou seguir todos os protocolos de distanciamento e sanitários recomendados à época para evitar o contágio com o coronavírus, como o uso de máscara e álcool gel. Assim, clicou, por exemplo, Juliano Ohta, ex-CEO da Telhanorte, de terno e prancha de surfe dentro da piscina do seu prédio, Luciana Wodzik, diretora da Arezzo, dando banho no filho, Luis Rezende, presidente da Volvo, lavando o chão da cozinha de casa, e Elie Horn, da Cyrela, sem os sapatos em seu escritório na sede da empresa. Uma imagem surpreendente é a de Sergio Zimerman, da Petz, com uma focinheira - que pode ser entendida como uma ‘máscara’, mas também mostra a impossibilidade de proximidade daquele momento. “Levei aquilo na bolsa achando que ele nunca ia topar”, lembra o fotógrafo. “Uma coisa importante é que muitas dessas lideranças estavam trabalhando ativamente na linha de frente, na busca por vacina, angariando doações para distribuir em locais vulneráveis”, conta. 

Gatti e os outros envolvidos na produção do livro consideram que o lançamento agora, com o marco dos cinco anos do início da pandemia, traz mais significado para as imagens e as reflexões contidas na obra, ainda com um ineditismo na temática. “Não conheço outro projeto semelhante que registrou e conversou com pessoas naquele momento”, afirma o fotógrafo.



Exposição na FIESP

A princípio com 50 lideranças empresariais do setor público e terceiro setor, o projeto foi apresentado na exposição “Retratos no Isolamento, reflexões da pandemia”. A mostra ficou em cartaz entre agosto de 2021 e janeiro de 2022 na Galeria de Fotos do Centro Cultural FIESP, na Avenida Paulista. A curadoria foi de João Kulcsár, fotógrafo, professor e coordenador do curso de Fotografia do Senac São Paulo, que também assina a curadoria e introdução do livro. O projeto foi contemplado pela Lei Rouanet (Fundo Nacional da Cultura), com patrocínio da Alvarez & Marsal, além do apoio da Zatz Performa e do Instituto Lado a Lado pela Vida, que terá parte da tiragem revertida para financiar suas atividades. A coordenação editorial ficou a cargo de Alberto Alves e o projeto gráfico e direção de arte são assinados por J. Pequeno A. Neto e Rafael Pera.

Sobre o autor

Claudio Gatti nasceu em 1971 em Mogi das Cruzes, em São Paulo. Após cursar Engenharia e Matemática na cidade natal, decidiu se dedicar profissionalmente ao que já era uma paixão, a fotografia, em 2001. Estabeleceu-se em São Paulo para apostar na profissão e foi contratado pela Editora Três, que publicava as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente. Em uma de suas primeiras pautas, fez um clique histórico. Foi escalado para ficar de plantão na frente da casa do apresentador e empresário Silvio Santos, durante o sequestro de sua filha, Patrícia Abravanel, e conseguiu a única foto do momento em que Silvio e Patrícia apareceram abraçados na varanda da casa, após a filha ser libertada.

Gatti assina as fotografias de mais de 130 capas de revistas, e desenvolveu um estilo único de retratar lideranças empresariais em cenários e com elementos inusitados, criando registros lúdicos que fogem do lugar comum. Expôs seu trabalho em uma galeria anexa ao Museu do Louvre, em Paris, em 2017, e na Bienal de Veneza, em 2019.

SERVIÇO
Lançamento do livro “Reflexões no isolamento: retratos de Claudio Gatti”
Data: 3 de abril de 2025, quinta-feira, a partir de 19h
Local: Livraria da Travessa – Shopping Iguatemi – Av. Brig. Faria Lima, 2232, São Paulo/SP
Publicado em:     

quinta-feira, 20 de março de 2025

Museu da Fotografia Fortaleza comemora oito anos com mostra de Tommaso Protti

março 20, 2025 | por Resumo Fotográfico

“Terra Vermelha” apresenta um retrato realista da Amazônia contemporânea, evidenciando as violações diárias dos direitos humanos, histórias de resistência e a complexidade de um território em constante disputa



Já são oito anos desde a inauguração do Museu da Fotografia Fortaleza (MFF), no dia 10 de março de 2017. O espaço foi criado com a missão de democratizar o acesso à fotografia e compartilhar um dos maiores acervos do país, a Coleção Paula e Silvio Frota. Para comemorar essa data, o equipamento apresenta a exposição “Terra Vermelha”, do fotojornalista italiano Tommaso Protti, com o apoio da Fundação francesa Carmignac. A abertura será neste sábado (22), a partir das 10h. Programação gratuita.

“Terra Vermelha” é uma obra de fotografia documental que reflete uma década de jornalismo investigativo de Tommaso Protti, percorrendo os nove estados da Amazônia Legal. A mostra apresenta um retrato realista da floresta, sem idealizações, por meio de 94 fotos que revelam a Amazônia contemporânea, evidenciando as violações diárias dos direitos humanos, histórias de resistência e a complexidade de um território em constante disputa.

O título faz referência ao solo vermelho típico da região, mas também simboliza a violência presente na exploração de recursos naturais, no desmatamento e nos inúmeros conflitos sociais locais. "Longe da ideia de um paraíso intocado, a Amazônia contemporânea padece de questões históricas, como o garimpo ilegal, grilagem, tráfico de drogas e crimes ambientais. Além disso, enfrenta o crescimento rápido de periferias e favelas desassistidas, com saneamento precário, falta de acesso à saúde, moradia inadequada, desemprego e violência urbana”, denuncia Tommaso Protti.

A série apresenta fotografias que abordam diversos contextos políticos, desde áreas rurais devastadas pelo desmatamento e marcadas por conflitos entre pecuaristas, camponeses sem terra e ativistas ambientais, até cenas urbanas de operações policiais em favelas, evidenciando a escalada da violência ligada ao tráfico de drogas. Outras imagens mostram o crescimento da religião evangélica e os impactos devastadores da pandemia de COVID-19.

O público de Fortaleza também terá a oportunidade de ver imagens do garimpo ilegal, da crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, das operações das forças especiais e dos impactos do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

“A partir de histórias pessoais, apresentamos um panorama amplo e complexo do território, explorando conexões, significados e conflitos. Mais do que um trabalho sobre a natureza, é uma investigação sobre a natureza humana, revelando as contradições entre a exploração e a busca por dignidade”, afirma.

Sobre Tommaso Protti

Tommaso Protti, nascido em 1986, é um renomado fotógrafo e jornalista italiano que vive em São Paulo. Sua trajetória na fotografia começou em 2011, quando já era graduado em Ciência Política e Relações Internacionais, em Roma. Desde então, ele tem se destacado pelo trabalho que aborda temáticas como conflitos, violência, meio ambiente e desigualdade social.

Sua obra é amplamente reconhecida e já ocupou espaços como a Saatchi Gallery, de Londres, a Maison Européenne de la Photographie, em Paris, o Museu Mattatoio, em Roma, e o Museu Benaki, em Atenas. Também teve publicações em veículos de destaque, como The New Yorker, The New York Times, Time Magazine, National Geographic, Washington Post, Geo Magazine, Newsweek, Internazionale, Der Spiegel e The Guardian.

Em 2019, foi agraciado com o Prêmio Carmignac de Fotojornalismo, além de ter recebido honrarias de organizações renomadas, como a Picture of the Year International, American Photography, Getty Images Reportage Grant e World Report Award.

Atualmente, Tommaso é colaborador regular do The Wall Street Journal e do Le Monde, além de trabalhar em parceria com organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas (ONU).

SERVIÇO:
Exposição “Terra Vermelha”, de Tommaso Protti
Abertura: 22 de março de 2025, às 10h
Local: Museu da Fotografia Fortaleza – Rua Frederico Borges, 545, Fortaleza/CE

segunda-feira, 3 de março de 2025

Lol Crawley ganha o Oscar de Melhor Fotografia por “The Brutalist”

março 03, 2025 | por Resumo Fotográfico

Cena do filme “The Brutalist”, dirigido por Brady Corbet

Na noite desse domingo (2), Lol Crawley foi premiado com o Oscar de Melhor Fotografia por seu trabalho no filme “The Brutalist”, do cineasta Brady Corbet. A cerimônia de entrega do Oscar aconteceu no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia.

Laurie “Lol” Crawley é um diretor de fotografia britânico e ficou conhecido por suas colaborações com o diretor Brady Corbet. Além do Oscar, Laurie ganhou também o British Academy Film Award e recebeu indicações ao ASC Awards e ao Critics' Choice Movie Award.

domingo, 2 de março de 2025

Indicados ao Oscar de Melhor Fotografia

março 02, 2025 | por Cid Costa Neto



Neste domingo (2), acontece a 97ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia. Os indicados ao Oscar 2025 foram anunciados no dia 23 de janeiro. Veja abaixo quem são os profissionais indicados ao prêmio de Melhor Fotografia:

Edward Lachman

O cineasta e diretor de fotografia norte-americano Edward Lachman ficou conhecido por sua parceria com o diretor e roteirista Todd Haynes, que lhe rendeu duas indicações: Em 2002, por “Far from Heaven”, e em 2015, por “Carol”. No ano passado, ele foi indicado por “El Conde”, do cineasta chileno Pablo Larraín. Neste ano, ele concorre por “Maria”, também dirigido por Larraín. No último domingo (23), ele foi premiado com o ASC Awards.

Cena do filme “Maria”, dirigido por Pablo Larraín

Greig Fraser

Em 2022, o diretor de fotografia australiano Greig Fraser ganhou o Oscar por seu trabalho em “Dune”, adaptação cinematográfica do romance de ficção científica do escritor americano Frank Herbert, dirigida por Denis Villeneuve. Filme que também lhe rendeu o ASC Awards. Neste ano, ele concorre pela sequência da adaptação, “Dune: Part Two”, também dirigida por Villeneuve.

Cena do filme “Dune: Part Two”, dirigido por Denis Villeneuve

Jarin Blaschke

Jarin Blaschke é um diretor de fotografia reconhecido por sua parceria com o diretor e roteirista Robert Eggers. Em 2020, ele foi indicado ao Oscar por seu trabalho no filme em preto e branco “The Lighthouse” (2019) e agora concorre por “Nosferatu” (2024). Ele também foi responsável pela cinematografia de filmes como “The Witch” (2015) e “The Northman” (2022).

Cena do filme “Nosferatu”, dirigido por Robert Eggers

Lol Crawley

Laurie “Lol” Crawley é um diretor de fotografia inglês. Ele é conhecido por suas colaborações com o diretor Brady Corbet. Ele concorre ao Oscar por seu trabalho em “The Brutalist”, filme que lhe rendeu o British Academy Film Award e uma indicação ao Critics' Choice Movie Award.

Cena do filme “The Brutalist”, dirigido por Brady Corbet

Paul Guilhaume

O diretor de fotografia francês Paul Guilhaume concorre pela primeira vez ao Oscar de Melhor Fotografia por seu trabalho no filme “Emilia Pérez”, do cineasta Jacques Audiard.

Cena do filme “Emilia Pérez”, do cineasta Jacques Audiard