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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Claudio Gatti lança livro com retratos inéditos tirados durante a pandemia

abril 02, 2025 | por Resumo Fotográfico



Nesta quinta-feira (3), acontece na Livraria da Travessa, em São Paulo, o lançamento do livro “Reflexões no isolamento: retratos de Claudio Gatti”, da Amê Content Comunicação e Editora. A publicação reúne 53 retratos com depoimentos de personalidades das mais diversas áreas, feitos pelo fotojornalista Claudio Gatti durante a pandemia da Covid-19, que assolou o mundo entre 2020 e 2021, e está completando cinco anos. A curadoria do projeto é de João Kulcsár e as entrevistas foram coordenadas e editadas pela jornalista Chantal Brissac junto a um time de colaboradores. O projeto tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.

Há exatos cinco anos, como milhões de outros profissionais, Gatti também foi obrigado a parar suas atividades devido à eclosão da Covid-19. Seu espírito inquieto não conseguiu ficar parado por muito tempo. Em uma conversa com o jornalista João Faria, surgiu a ideia de entrar em contato com alguns dos executivos que Gatti já havia fotografado, principalmente para as revistas Veja e Isto É Dinheiro, para que eles abrissem suas casas e mostrassem como estavam passando por aquele período de isolamento.

Os 53 retratos que compõem o livro são acompanhados de entrevistas realizadas pelos jornalistas Chantal Brissac (que também editou os textos), Sérgio Vieira, Silvia Balieiro e Silvio Nascimento, em que os líderes fotografados compartilham como estavam passando pelo período mais crítico da pandemia e os ensinamentos e reflexões trazidas por aquele momento de crise. As entrevistas também foram quase todas realizadas por teleconferência, entre 2020 e 2022. “Foi uma experiência muito interessante perceber como, após serem fotografados, eles tinham uma sede de falar sobre o impacto não só profissional, como pessoal, que a pandemia teve em suas vidas”, conta Chantal.


A lista inclui, entre outros, o então presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo e o presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Claudio Lottenberg, que estavam lidando diretamente com a Covid-19, líderes sociais como Edu Lyra, fundador do Instituto Gerando Falcões; Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta e Gilson Rodrigues, fundador do G10 Favelas. Integram a lista líderes empresariais como Elie Horn, fundador da Cyrela, Laércio Cosentino, presidente do conselho de administração da Totvs, Luís Rezende, então presidente da Volvo no Brasil, Marcelo Gomes, CEO da Alvarez & Marsal (que assina o prefácio do livro), e Sergio Zimerman, fundador da Petz.

Os retratos trazem as marcas registradas do trabalho de Gatti: elementos inusitados, um clima lúdico e espontaneidade. O reconhecimento conquistado ao longo da trajetória profissional fez com que essas lideranças abrissem a intimidade num momento ainda crítico da pandemia, tomando todos os cuidados necessários de distanciamento.
Quando recebo uma pauta, busco pesquisar e me aprofundar, e a partir disso vou atrás de elementos que possam contribuir na criação da cena. Antes de começar a fotografar converso e fico muito atento ao que a pessoa me fala, olho no olho – Claudio Gatti.
Na introdução, João Kulcsár, curador do projeto, afirma que “Claudio planeja cada foto que executa. Ele pesquisa e estuda o retratado antes de encontrá-lo, sem esquecer do papo descontraído e do prazer do acaso que o fazem ir de encontro a novas ideias para a produção final”. Ele também ressalta outros desafios trazidos pelo contexto da pandemia da Covid-19. “Os personagens aqui retratados abriram-lhe as portas, confiaram e embarcaram em sua jornada e se mostraram de uma maneira distinta, em poses inabituais, dentro de espaços cotidianos ou não, com todas as limitações do confinamento”.

Os retratos da pandemia: terno e prancha de surfe na piscina, presidente sem sapato

Gatti buscou seguir todos os protocolos de distanciamento e sanitários recomendados à época para evitar o contágio com o coronavírus, como o uso de máscara e álcool gel. Assim, clicou, por exemplo, Juliano Ohta, ex-CEO da Telhanorte, de terno e prancha de surfe dentro da piscina do seu prédio, Luciana Wodzik, diretora da Arezzo, dando banho no filho, Luis Rezende, presidente da Volvo, lavando o chão da cozinha de casa, e Elie Horn, da Cyrela, sem os sapatos em seu escritório na sede da empresa. Uma imagem surpreendente é a de Sergio Zimerman, da Petz, com uma focinheira - que pode ser entendida como uma ‘máscara’, mas também mostra a impossibilidade de proximidade daquele momento. “Levei aquilo na bolsa achando que ele nunca ia topar”, lembra o fotógrafo. “Uma coisa importante é que muitas dessas lideranças estavam trabalhando ativamente na linha de frente, na busca por vacina, angariando doações para distribuir em locais vulneráveis”, conta. 

Gatti e os outros envolvidos na produção do livro consideram que o lançamento agora, com o marco dos cinco anos do início da pandemia, traz mais significado para as imagens e as reflexões contidas na obra, ainda com um ineditismo na temática. “Não conheço outro projeto semelhante que registrou e conversou com pessoas naquele momento”, afirma o fotógrafo.



Exposição na FIESP

A princípio com 50 lideranças empresariais do setor público e terceiro setor, o projeto foi apresentado na exposição “Retratos no Isolamento, reflexões da pandemia”. A mostra ficou em cartaz entre agosto de 2021 e janeiro de 2022 na Galeria de Fotos do Centro Cultural FIESP, na Avenida Paulista. A curadoria foi de João Kulcsár, fotógrafo, professor e coordenador do curso de Fotografia do Senac São Paulo, que também assina a curadoria e introdução do livro. O projeto foi contemplado pela Lei Rouanet (Fundo Nacional da Cultura), com patrocínio da Alvarez & Marsal, além do apoio da Zatz Performa e do Instituto Lado a Lado pela Vida, que terá parte da tiragem revertida para financiar suas atividades. A coordenação editorial ficou a cargo de Alberto Alves e o projeto gráfico e direção de arte são assinados por J. Pequeno A. Neto e Rafael Pera.

Sobre o autor

Claudio Gatti nasceu em 1971 em Mogi das Cruzes, em São Paulo. Após cursar Engenharia e Matemática na cidade natal, decidiu se dedicar profissionalmente ao que já era uma paixão, a fotografia, em 2001. Estabeleceu-se em São Paulo para apostar na profissão e foi contratado pela Editora Três, que publicava as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente. Em uma de suas primeiras pautas, fez um clique histórico. Foi escalado para ficar de plantão na frente da casa do apresentador e empresário Silvio Santos, durante o sequestro de sua filha, Patrícia Abravanel, e conseguiu a única foto do momento em que Silvio e Patrícia apareceram abraçados na varanda da casa, após a filha ser libertada.

Gatti assina as fotografias de mais de 130 capas de revistas, e desenvolveu um estilo único de retratar lideranças empresariais em cenários e com elementos inusitados, criando registros lúdicos que fogem do lugar comum. Expôs seu trabalho em uma galeria anexa ao Museu do Louvre, em Paris, em 2017, e na Bienal de Veneza, em 2019.

SERVIÇO
Lançamento do livro “Reflexões no isolamento: retratos de Claudio Gatti”
Data: 3 de abril de 2025, quinta-feira, a partir de 19h
Local: Livraria da Travessa – Shopping Iguatemi – Av. Brig. Faria Lima, 2232, São Paulo/SP
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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Fotolivro apresenta os biomas brasileiros

outubro 10, 2024 | por Resumo Fotográfico



No livro “Belezas Brasileiras” o fotógrafo documental André Dib reúne uma série de imagens raras dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. A publicação, que está sendo lançado pela Arte Ensaio Editora, apresenta em 176 páginas fotos de paisagens e natureza em seu estado mais bruto.

Os textos são assinados por Roberta Paixão: o objetivo é celebrar a potência natural do nosso país, lembrando a importância da preservação destes biomas. O projeto foi realizado por meio da Lei do ISS RJ e a edição, em capa dura e versão bilíngue (português e inglês), pode ser adquirida através do site www.arteensaio.com.br.

Sobre o fotógrafo

Fotógrafo há mais de 20 anos, André Dib especializou-se em fotografia documental, produzindo conteúdo para as principais revistas e jornais do país e do exterior. Participou de diversas expedições pelo mundo a fim de documentar paisagens, fauna e flora, bem como registrar o modo de vida de povos e comunidades tradicionais. Entre ensaios e reportagens, teve trabalhos publicados nas conceituadas National Geographic, Scientific American, Nature, The Guardian, Explore, O Globo, Folha de São Paulo, entre outros.

Para conhecer mais sobre seu trabalho, acesse seu site ou Instagram.
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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Um olhar para o submundo da tatuagem na Tóquio do século 20

agosto 10, 2023 | por Resumo Fotográfico

Akimitsu Takagi, um dos romancistas policiais mais prolíficos do Japão, passou anos documentando secretamente essa forma de arte que foi encoberta por séculos de equívocos.

A história da tatuagem japonesa remonta a milhares de anos. Ganhou popularidade como forma de arte no período Edo (1604-1868), com o surgimento de peças de corpo inteiro intrincadas e altamente simbólicas, muitas vezes inspiradas em estampas ukiyo-e, mitos e folclore. A tatuagem era popular entre pessoas de todas as esferas da vida, incluindo artesãos, bombeiros e comerciantes. Mas no final do século 19 a arte foi forçada a se esconder quando o governo impôs uma proibição. Após 200 anos de reclusão, o Japão havia reaberto suas fronteiras e seus líderes estavam preocupados com sua imagem nacional. A proibição durou 80 anos até 1948. Isso, combinado com os laços mais recentes da arte com as gangues da Yakuza, contribuiu para uma visão desagradável da tatuagem na psique nacional do Japão.


Por essa razão, fotografias de tatuagens do século 20 são incrivelmente raras; poucas pessoas tinham acesso aos artistas e as apresentações eram feitas apenas de boca em boca. Mas houve um artista que os documentou: Akimitsu Takagi, um dos romancistas policiais mais prolíficos do Japão. Ele fotografou alguns dos maiores tatuadores de todos os tempos, bem como seus clientes, mas as imagens permaneceram invisíveis ao longo de sua vida e muito depois de sua morte. Em 2015, Pascal Bagot – um jornalista francês e especialista em tatuagens japonesas – descobriu o arquivo e, sete anos depois, publicou uma tiragem limitada de The Tattoo Writer. Após uma primeira edição esgotada, um segundo volume já está disponível para encomenda. Apresentando 130 imagens inéditas, revela a história da obsessão de um homem por uma forma de arte que foi encoberta por séculos de concepções errôneas e proibições.

A jornada de Takagi no mundo da tatuagem foi fatídica. De acordo com Bagot, ele desenvolveu uma admiração por tatuagens quando criança. Ele estava em uma casa de banho com sua mãe e ficou impressionado com as intrincadas linhas de tinta que adornavam as costas de uma mulher. Essa imagem moldaria sua carreira muitos anos depois, mas antes de se tornar um romancista, Takagi era um homem da ciência. Ele estudou engenharia e trabalhou para um fabricante de aeronaves. Após a guerra, ele perdeu o emprego e procurou a orientação de uma cartomante que lhe disse para se tornar um escritor. Essa leitura, combinada com seu fascínio por tatuagens, levou ao primeiro romance de Takagi, “The Tattoo Murder Case”, de 1948; a história segue um detetive enquanto ele investiga uma série de assassinatos horríveis conectados a uma sociedade secreta de tatuagens. O livro foi um grande sucesso e Takagi escreveu mais 19 romances e mais de 200 contos em seus 40 anos de carreira.




Pascal Bagot finalmente conseguiu uma tradução francesa de “The Tattoo Murder Case” quase 70 anos depois de ter sido publicado pela primeira vez. Como um especialista em tatuagem japonesa, ele notou o nível de detalhes em suas referências e ficou curioso sobre como o autor adquiriu um conhecimento tão íntimo do ofício. Em sua próxima viagem a Tóquio, Bagot marcou uma visita à filha de Takagi, Akiko, que não apenas confirmou sua paixão pela tatuagem, mas também revelou que ele também era fotógrafo. Na biblioteca de seu pai, juntando poeira entre pilhas de livros e bugigangas, havia um álbum de fotografias. Bagot reconheceu imediatamente os sujeitos, que foram alguns dos principais atores da cena underground da tatuagem de Tóquio no século XX. “Tenho muitos livros sobre tatuagem japonesa e conheço todas as fotos disponíveis sobre o assunto”, diz Bagot. “Eu sabia que essas fotos não tinham sido vistas e que eram notáveis para alguém que não era fotógrafo.”

A proibição de tatuagens no Japão foi suspensa em 1948, então por que Takagi não compartilhou essas imagens enquanto estava vivo? “Ainda não tenho a resposta”, diz Bagot. Uma teoria é que ele queria proteger os sujeitos da discriminação. Embora a tatuagem seja legal, o ofício ainda é demonizado no Japão devido à sua associação com a Yakuza. Embora os laços das gangues com a tatuagem datam de apenas um século – uma pequena fração na grande história do meio – hoje, pessoas com tatuagens ainda são proibidas de entrar na maioria das piscinas, academias e banhos públicos. Também é plausível que Takagi tenha receio de alinhar a si mesmo e sua família muito de perto a uma subcultura considerada perigosa ou desagradável.




Essas perguntas ficarão sempre sem resposta, mas através das fotografias algumas verdades são certas. Deve ter havido um nível de intimidade necessário para Takagi se infiltrar nesses espaços e a confiança que permitiu que ele existisse ali com uma câmera. “Ele é uma das testemunhas importantes da história da tatuagem no Japão do século 20”, diz Bagot. A publicação deste trabalho convida a um compromisso renovado com a extraordinária história da tatuagem japonesa e como ela continua a moldar o desenvolvimento do meio hoje.

Fonte: AnOther

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Fotógrafa se transforma em heroínas da história e da mitologia

julho 26, 2023 | por Resumo Fotográfico

Em sua nova série “Anti-Icon: Apokalypsis”, Martine Gutierrez assume o papel de mulheres icônicas ou figuras de gênero fluido da história e da mitologia, de Helena de Tróia a Joana d'Arc

Em 2021, Martine Gutierrez ocupou mais de 300 pontos de publicidade em pontos de ônibus em três cidades dos Estados Unidos: Boston, Chicago e Nova York. Suas imagens elegantes retratavam a artista e performer norte-americana (ela mesma) assumindo o papel de mulheres icônicas ou figuras fluidas de gênero de toda a história e mitologia. Esses ídolos são frequentemente elogiados por suas características físicas e força interna, mas talvez também limitados pelo pedestal altamente visível em que foram colocados.

“Helena”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

“Eu estava pensando nos ídolos que admirava enquanto crescia”, diz Gutierrez, descrevendo o ponto de partida de seu projeto de longa data. “Seja Madalena ou Mulan, Joan ou Judith‎, ela é uma profecia destinada, ambas nascidas antes de seu tempo e uma visionária para um futuro que acontecerá, caída do pedestal do mundo para se erguer como um ídolo na morte. Quer seja adorada como a deusa Afrodite ou como a rainha Cleópatra, ela é o mito da aspiração anotado pela história; uma existência simultânea de verdade e ficção”.

Muitas vezes com roupas mínimas e peças de cenário, Gutierrez interpreta a imagem distinta de figuras como Elizabeth I, Helena de Tróia e Joana d'Arc. Muitas dessas mulheres têm histórias complicadas. Helena de Tróia, por exemplo, era celebrada por sua profunda beleza e dizia-se que fora a causa da Guerra de Tróia; Joana d'Arc é agora uma santa padroeira da França, embora tenha sido queimada na fogueira pela igreja sob a acusação de heresia.

Gutierrez também assume o papel de ícones que foram historicamente vistos como masculinos, mas na verdade são ambíguos em termos de gênero: suas imagens de um anjo Gabriel altamente feminino com seios expostos, costas arqueadas e asas feitas à mão exploram a capacidade menos explorada do ser celestial de assumir qualquer forma física; o deus hindu Shiva é retratado junto com sua consorte Parvati, como um ícone composto de homem e mulher Ardhanarishvara.

“Gabriel”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

Ao incorporar cada um dos ícones como uma mulher transgênero não-binária de ascendência indígena, Gutierrez desafia os limites das suposições convencionais, questionando as definições estritas frequentemente mantidas em torno de raça e gênero. “Minha primeira pergunta foi: ‘Eu sou uma mulher? O que significa ser mulher? '”, disse ela ao The New York Times em 2021. As obras também parecem incrivelmente comemorativas tanto do corpo de Gutierrez quanto da peça que pode ser encontrada em vestidos e enfeites, desde a peruca vermelha ardente de Elizabeth I até as expressivas joias de ouro de Cleópatra.

“Pare de esperar permissão para ser quem você é e dê a si mesmo”, ela me diz, considerando os sentimentos evocados ao personificar essas 17 figuras. “Se o ícone mostra o ideal espiritual da humanidade, é o anti-ícone que recusa a ilusão do homem, sua autoconcepção inflada. Pois o ícone torna real a imagem; o anti-ícone deve romper para revelar a realidade.

As figuras retratadas por Gutierrez foram imaginadas repetidamente ao longo da história da arte e da cultura pop, desde fotos de moda até pinturas a óleo e filmes da Disney. Muitas de suas características definidoras estão agora tão gravadas na psique coletiva que são necessárias apenas uma ou duas dicas do artista para que o espectador entenda para quem ele está olhando. E ainda há tanto que não é familiar nas imagens também, com Gutierrez convidando os espectadores a repensar essas figuras, muitas das quais se tornaram clichês de si mesmas no pensamento público.

“Elizabeth”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

“Eu queria criar nossa estrutura, distorcer o que o mainstream não nos ensina a questionar”, diz ela. “O que é poder sem resistência? O momento histórico e a figura que se opõe. Essas imagens não são uma visão, mas o lugar em que estamos agora, o novo inevitável, a próxima civilização em que nos tornaremos.”

“Anti-Icon: Apokalypsis” de Martine Gutierrez está em exibição na Josh Lilley em Londres até 12 de agosto de 2023. Um livro acompanhante também está disponível na Dashwood Books.

“Judith”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

“Aphrodite”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

“Magdalene”, da série “Anti-Icon: Apokalypsis”, de Martine Gutierrez, 2021

Para conhecer mais sobre o trabalho de Martine Gutierrez, acesse seu site ou Instagram.

Fonte: AnOther

segunda-feira, 12 de junho de 2023

A maior história de amor já contada

junho 12, 2023 | por Resumo Fotográfico

Lançado em 2019, o livro “The Greatest Love Story Ever Told: An Oral History” revela a história completa por trás do romance entre os atores Megan Mullally e Nick Offerman - apresentada em uma série de conversas íntimas entre o casal e fotografias de Emily Shur.

O livro pode ser adquirido através do site de Offerman por US$ 17. Veja abaixo algumas das divertidas fotografias que ilustram “a maior história de amor já contada”:















Para conhecer mais sobre o trabalho de Emily Shur, acesse seu site ou Instagram.

terça-feira, 16 de maio de 2023

IMS: Fotolivro de Cabeceira com Edu Simões

maio 16, 2023 | por Resumo Fotográfico

Fotógrafo vai conversar sobre o livro “A Greve do ABC”

A greve do ABC (São Paulo: Agência F4, 1980), de Nair Benedicto, Juca Martins, Eduardo Simões et al.

Nesta quinta-feira (18), em São Paulo, o Instituto Moreira Salles realiza um encontro especial da série Fotolivro de Cabeceira com o fotógrafo Edu Simões sobre “A Greve do ABC”, livro seminal a respeito desse grande movimento popular, publicado ainda dentro do regime da ditadura militar brasileira e do qual Simões participou como um dos editores e com fotos de sua autoria. O autor abordará também outros trabalhos seus que dialogam com questões políticas, como “59 retratos da juventude negra brasileira”, “O inferno verde” e “Marmites”.

Sobre Edu Simões

É fotógrafo. Atuou como fotojornalista do staff da Agência F4, foi editor-assistente da revista Isto É e editor de fotografia das revistas Goodyear, República e Bravo, além de fotógrafo exclusivo dos Cadernos de Literatura Brasileira do IMS. Em 1980 recebeu o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e em 2012 o Prêmio Marc Ferrez. Sua obra está presente nas coleções de diversos museus brasileiros e também na Maison Européenne de la Photographie e no Consejo Mexicano de Fotografía. Entre os livros que publicou estão “59 retratos da juventude negra brasileira”, “O inferno verde” e “Marmites”.

SERVIÇO
Fotolivro de Cabeceira com Edu Simões
Data: 18 de maio de 2023, quinta-feira, às 18h30
Local: IMS Paulista - Avenida Paulista, 2424, São Paulo/SP
Entrada: gratuita (distribuição de senhas 60 minutos antes do evento)
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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Fotolivro revela o cotidiano dos lutadores de sumô no Japão

maio 10, 2023 | por Resumo Fotográfico


Não é incomum ver um rikishi andando nas proximidades de seu beya vestindo o mawashi pós-treino

A história do sumô remonta a séculos. Mas apesar de ser considerado o esporte nacional do Japão e até mesmo reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional, pouco se sabe sobre o mundo dos lutadores. O fotógrafo londrino Lord K2 (pseudônimo de David Sharabani) teve acesso sem precedentes para capturar o lado mais secreto dos rikishi - lutadores de sumô profissionais - e compilou suas imagens evocativas em um novo fotolivro intitulado simplesmente de “Sumo”.

“Dentro do establishment japonês existe um grande sentimento de orgulho de que durante o último milênio muito pouco mudou no esporte”, explica o fotógrafo na introdução do livro. “À medida que o Japão avançou para a modernidade, este canto da cultura permaneceu ancorado na tradição antiga. O sumô é uma entidade na qual se combinam história, cultura, orgulho e atletismo”.

Embora as lutas atraiam grandes multidões hoje em dia, o que acontece nos bastidores é mais cauteloso. “Estábulos de sumô não são atrações turísticas; apenas alguns estábulos podem ser visitados e desde que a lista de restrições comportamentais seja rigorosamente cumprida”, explica o fotógrafo.

Ao nos mostrar seus estábulos de treinamento, conhecidos como beya, bem como o Estádio Kokugikan, considerado o principal local do sumô, o sumô compartilha as nuances e os obstáculos do esporte. Ele perdeu popularidade no início do século e voltou com força, mas é cada vez mais difícil atrair os jovens japoneses para o esporte, devido às rotinas horríveis que os rikishi assumem. Além disso, a expectativa de vida de um lutador de sumô é 10 anos menor do que a de um japonês médio, porque eles são mais propensos a hipertensão e outras doenças.

“Quem se dedica ao esporte não dá só o corpo, mas a vida. Eles se entregam como uma relíquia, uma oferenda aos antigos mestres e deuses. Rikishi não são apenas lutadores, eles são os antiquados e tradicionais cavalheiros japoneses. Um século depois do último samurai, seus primos continuam vivos”, declara Lord K2. “Os lutadores são altamente reverenciados por seus fãs, não apenas por suas proezas esportivas, mas também pela nobreza e dedicação com que vivem suas vidas.”

Mesmo que os rikishi tenham um comportamento feroz ao se apresentar, eles são vistos pelo público como gigantes gentis


Os fãs lotam o estádio Kokugikan para homenagear Kyokutenhō durante seu danpatsushiki


Rikishi de classificação inferior retornam ao seu beya de trem depois de competir em um torneio


Um rikishi luta para ficar de pé durante uma sessão de butsukari-geiko. Os lutadores regularmente levam uns aos outros aos seus limites de resistência física em sessões de treinamento para se tornarem guerreiros formidáveis


Rikishi no beya Kise passam por um exercício final para encerrar o treinamento


Okinoumi Ayumi entretém seus companheiros lutadores do lado de fora do Hakkaku 'beya' em Ryogoku. Embora os lutadores de sumô levem suas carreiras muito a sério, fora do trabalho eles costumam ser brincalhões e relativamente acessíveis

Os lutadores executam o ritual shikiri-naoshi antes do início da luta


Um rikishi cai de exaustão durante uma sessão de butsukarigeiko com o lutador Gagamaru Masaru


Rikishi sentam-se pacientemente do lado de fora de seu beya em um dia quente de verão enquanto aguardam o café da manhã após o treino

O livro “Sumo” foi publicado pela Ammonite Press e pode ser adquirido na Bookshop.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Lord K2, acesse seu site ou Instagram.

Fonte: My Modern Met

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Apresentação do livro “Artur Pastor – Portugal país de contrastes”

fevereiro 16, 2023 | por Resumo Fotográfico

Neste sábado (18), a editora Majericon realiza uma apresentação de seu novo livro sobre o fotógrafo Artur Pastor, no Arquivo Municipal de Lisboa.



O Arquivo Municipal de Lisboa assinala o centenário do nascimento de Artur Pastor com o lançamento do livro de fotografia “Artur Pastor – Portugal país de contrastes”, uma co-edição da Câmara Municipal de Lisboa e da editora Majericon. Um tributo para dar a conhecer a obra de Artur Pastor, um prolífico mas pouco conhecido fotógrafo o reconhecimento merecido, colocando o seu nome entre os grandes da fotografia.

Tomando como ponto de partida o texto 'Portugal um país de contrastes', escrito por Artur Pastor em abril de 1954 para a revista Portugal Ilustrado, e o seu testemunho “Portugal não se visita apenas com o olhar porque se sente, também, o coração”, este livro constitui-se como um roteiro fotográfi- co sobre o legado deixado pelo fotógrafo Artur Pastor, evocando o seu desassossego ambivalente, em torno da escrita e da fotografia, do litoral e do interior ou da ruralidade e da modernidade.

Reunindo uma seleção de cerca de 250 fotografias a preto e branco, entre as muitas que constituem o espólio adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa em 2001, tem como objetivo dar a conhecer a obra deste fotógrafo ímpar e a sua visão de Portugal, um país desaparecido e alterado na memória dos mais novos, mas refletindo um passado presente para os que o viveram.

À espera do peixe, Nazaré, Portugal, 1954-1957 | Artur Pastor

Carregando sal, Faro, 1943-1945 | Artur Pastor

Sesimbra, 1943-1945 | Artur Pastor

Neve de Verão, Faro, 1943-1945 | Artur Pastor

“Vai…arriba!”, Sesimbra, 1943-1945 | Artur Pastor

Ponte de Trajano, Chaves, Portugal, 1959 | Artur Pastor

Sobre o fotógrafo

Artur Pastor nasceu em Alter do Chão, a 1 de maio de 1922. Concluiu o curso de Regente Agrícola em Évora, na Herdade da Mitra, em 1942. Neste ano realizou o seu primeiro trabalho de fotografia que utilizou para ilustrar a sua tese final. Nessa altura descobriu o gosto pela fotografia que o fascinou até ao fim da sua vida.

Em Évora envolveu-se em projetos de natureza fotográfica apresentando os seus trabalhos em publicações ilustradas, postais, selos e cartazes. Colaborou em diversos jornais do Sul do País com artigos de opinião e de cariz literário. Com apenas 23 anos apresentou a sua primeira exposição “Motivos do Sul”.

No início dos anos cinquenta ingressou nos serviços do Ministério da Economia em Montalegre, sendo transferido em 1953 para Lisboa, para a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, fundando a fototeca deste serviço. Paralelamente, colaborou com outros organismos públicos, dos quais se destacam, a Junta Nacional do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo, entre outros. Em 1958 publicou uma edição de autor intitulada “Nazaré” e em 1965, “Algarve”, dois álbuns com textos e fotografias da sua autoria.

Participou frequentemente em exposições e Salões de Fotografia, tanto em Portugal como no estrangeiro, onde recebeu alguns primeiros prémios. O seu trabalho foi publicado por diversas revistas de fotografia nacionais e internacionais, tais como “The Times”, “National Geographic” entre outras.

Trabalhou por encomenda para diversos organismos oficiais e empresas, sobretudo no campo da agricultura e turismo. Integrou exposições oficiais e feiras, no país e no estrangeiro, tendo fotografado de forma regular até ao seu falecimento, em 1999. Em 2001 o espólio foi adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa.
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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Fotolivro aborda a sutileza dos lares em comunidade de Belo Horizonte

novembro 30, 2022 | por Resumo Fotográfico

Fotos de Cyro Almeida revelam o interior das residências, erguidas na última década, junto à urbanização da comunidade, que hoje abriga comércios e centro de saúde, mantendo acesa a luta por vidas dignas



Neste fim de semana, 3 e 4 de dezembro, acontece em Belo Horizonte o lançamento do livro “Os dentros”, do fotógrafo Cyro Almeida, que aborda a sutileza dos lares na comunidade Dandara. Os eventos de lançamento acontecem no sábado (3), na própria comunidade, e no domingo (4), no Mercado Novo, ambos com entrada gratuita.

A relação de Cyro Almeida com a comunidade Dandara teve início em 2010, quando o artista conheceu o movimento das ocupações urbanas. Um ano depois, impactado pela grandiosidade da ação das famílias que se propuseram a estabelecer moradia no terreno ocioso de 33.000 m² na Região Pampulha, Cyro habitou, por três meses, o espaço ainda recém ocupado. Na ocasião, ele fotografou as iniciadas construções e as dinâmicas coletivas do local. As fotografias resultaram, em 2014, em exposição e fotolivro.

Agora, mais de uma década após expressar em imagens o processo de urbanização da Dandara, Cyro aproxima-se das vidas privadas de seus habitantes. O fotolivro “Os dentros”, resultado de sua investigação, traz o ambiente doméstico dessas famílias, como as decorações das residências, incluindo a escolha dos móveis, plantas e ornamentos, revelando um pouco mais sobre a realidade, as necessidades e as perspectivas dos moradores em busca dos próprios direitos e do sonho por uma vida melhor possível. Para tanto, o artista se hospedou mais uma vez na comunidade, entre setembro e novembro de 2021.
“Tradicionalmente existe na fotografia documentária uma ênfase aos espaços públicos e contextos de trabalho das pessoas retratadas. Nesta minha nova série, acessando o interior das moradias, quis mostrar um pouco como as famílias de Dandara se relacionam com um espaço de relaxamento, lazer, de uma vida íntima, de estar em casa, de ter sua casa”, diz Cyro.


Hoje composta por cerca de 2.500 famílias, a comunidade Dandara foi fundada por aproximadamente 150 famílias sem teto, organizadas pelas Brigadas Populares e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que reivindicavam a função social de uma terra ociosa, soterrada por dívidas de impostos e negligenciada pelo poder público até então. Neste contexto, desde o início da ocupação, Dandara foi planejada pelos moradores com lotes iguais, de 180 m², o que denota um apurado senso comum de planejamento urbanístico, em resposta ao abandono do terreno.

“Em 2011, havia um grande clima de tensão inserido na vida das pessoas. Isso porque elas tinham que erguer suas casas, levantar as paredes de tijolos, colocar telhas, tendo o mínimo de conforto e dignidade. Porém, com o risco iminente de despejo, não era seguro fazer maiores investimentos sob pena de perder o que haviam construído”, conta Cyro. Após uma década de disputa judicial e muitas ameaças, os moradores puderam permanecer no terreno a partir de 2020, mediante determinação da Justiça para desapropriação da área e acordo entre o Estado e os antigos proprietários.

Do início da ocupação para cá, a precariedade das pioneiras barracas de lona começaram a dar lugar a construções mais rígidas, em alvenaria, com acabamentos e pinturas. Com o reconhecimento do poder público e o crescimento do número de famílias organizadas, a comunidade conquistou parte das ruas asfaltadas, rede elétrica, coleta de esgoto, abastecimento de água e a implementação de um centro municipal de saúde.

“Para além de toda uma estrutura com ruas asfaltadas, centro de saúde, rede elétrica e esgoto, há hoje, em Dandara, uma variedade de comércios e serviços, muitas casas têm muros e, diante das mudanças, essas casas também foram sendo enfeitadas, elaboradas e melhoradas”, justifica Cyro.



Livro de parede

“Os dentros” foi idealizado pela intenção de se criar uma produção artística e histórica sobre a vida da comunidade e, ao mesmo tempo, recuperar um objeto tradicional para o imaginário das famílias brasileiras: o calendário de parede. “O fotolivro, que foi produzido no formato de calendário, cumpre dois papéis: um utilitário e outro conceitual. Do ponto de vista utilitário, o calendário não será apenas um objeto apreciado, mas também manejado, pela tradição de colocá-lo na parede e com a passagem das folhas trocar, mês a mês, o que será visto ao longo do ano", explica Cyro.

"Do ponto de vista conceitual, ele retorna para os lugares de onde as fotografias vieram (o interior das casas) e destaca datas importantes da comunidade Dandara e para os movimentos sociais, que merecem ser relembradas. Minha pretensão não é fazer um comparativo entre as fotos que fiz antes e agora. Há dez anos, eu quis mostrar o espaço público e o contexto no qual aquelas casas estavam sendo erguidas. Agora, minha pretensão foi mostrar a intimidade do lar, a decoração, os objetos, a vida que se instalou em Dandara”, completa o autor.

O fotolivro possui 48 páginas, no tamanho 25x36 cm, com projeto gráfico assinado por Clarice Lacerda e texto da historiadora Josemeire Alves Pereira. A tiragem de 1.000 exemplares terá metade da distribuição destinada aos moradores da comunidade Dandara, e a outra metade disponível para vendas na Livres Livraria, no Mercado Novo, e na Livraria do Cine Belas Artes — além de pedidos realizados diretamente com o autor via Instagram.



SERVIÇO
Lançamento do fotolivro “Os dentros”, de Cyro Almeida

3 de dezembro de 2022, sábado - de 16h às 20h
Bar Baiano, Comunidade Dandara (Rua dos Quilombos, 140, Trevo)
Entrada franca

4 de dezembro de 2022, domingo - de 11h às 15h
Livres Livraria - Mercado Novo (Av. Olegário Maciel, 742, Centro - 3°andar, corredor E, loja 3085) - Entrada franca
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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Livro digital resgata a história e cultura de São Luís do Maranhão

outubro 12, 2022 | por Resumo Fotográfico


Bumba-meu-boi | Foto: Meireles Junior

Cenário de “Travessia”, a mais nova telenovela da rede Globo, o Maranhão tem a história e cultura de sua capital, São Luís, apresentada ao público através de um livro digital. A publicação faz parte do projeto História em Movimento e traz imagens e textos que resgatam a história da cidade e de seu patrimônio arquitetônico e cultural. Disponibilizado gratuitamente, o livro pode ser facilmente acessado através do código QR que abre o release:
Uma das festas folclóricas retratada na novela é o Bumba meu boi, uma dança folclórica que narra a história de amor, morte, ressurreição e perdão vivida por personagens humanos e animais fantásticos. A festa reúne adereços, músicas, danças e representação teatral para contar a história de um homem que atende ao pedido de sua mulher grávida: comer a língua de um boi. O casal era empregado de uma fazenda e corta a língua de um dos bois favoritos do patrão para realizar o desejo da mulher. O boi, preferido do dono da fazenda, foi encontrado sem vida, mas um curandeiro o ressuscitou. O fazendeiro, ao saber da história, perdoa seu empregado e realiza uma grande festa, que hoje é reproduzida todos os anos, durante os meses de junho e julho.



“Sempre tive muita curiosidade pelo Maranhão. É um estado que tem uma cultura muito própria, muita personalidade... toda essa mistura resulta em um caldo cultural muito rico que se expressa através do folclore, da arte, da música e da dança” falou Gloria Perez em entrevista ao Gshow. A autora escolheu o Maranhão como cenário da trama de “Travessia”, telenovela que entrou no lugar de “Pantanal”, na Rede Globo.

“Acredito que a visibilidade que uma novela das 9 proporciona é uma oportunidade importante para mostrar nossas riquezas, cultura e história a todos os brasileiros” fala Cassia Mello, idealizadora do livro digital. Há 20 anos, Cassia trocou todas as suas conquistas em São Paulo pelo amor ao Maranhão.
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segunda-feira, 20 de junho de 2022

Livro reúne fotografias e narrativas da Romaria de Nossa Senhora Aparecida

junho 20, 2022 | por Resumo Fotográfico


Um livro que nasce do plural da esperança, feito de promessas – sussurradas sob os olhos de Nossa Senhora, iluminadas por faróis de caminhão, nos anjos tecidos para as crianças, entre as bolhas de sabão, as flores, os ambulantes, o chimarrão e outras cores. O livro “Promessas”, de Carlos Eduardo Carvalho e Jaqueline Silveira, é feito de esperanças, com fotografias artísticas e documentais de 2016 a 2021, com textos e narrativas recontadas a partir das diversas vozes da Romaria de Nossa Senhora Aparecida, realizada desde 1977, em Campos Novos. “Promessas” será lançado em três eventos, com a presença dos autores: nesta segunda (20), online pelo Instagram; na terça (21), no Teatro Alfredo Sigwalt em Joaçaba; e no dia 1 de julho na Biblioteca Pública Municipal de Campos Novos, sempre às 19h30. Com distribuição de exemplares gratuitos nos lançamentos presenciais e à venda a preço popular pelo site, o projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – edição 2020, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

“Pensamos em revelar uma Romaria que vai além do rito religioso e da multidão de fiéis, nos concentrando em capturar uma manifestação que ganhasse amplitude na sua multiplicidade de rostos, cores, histórias e personagens”, relembra o fotógrafo Carlos Eduardo Carvalho. O livro “Promessas” traz o resultado da pesquisa, da experiência de escuta e composição de relatos e do registro fotográfico-artístico de um ponto de vista inédito, a partir de um trajeto diferente. Em vez de iniciar pela Igreja Matriz, eles fizeram o percurso partindo do fim da Avenida, vivendo o bairro em festa e o entorno que evidencia a diversidade cultural manifestada pela convivência de romeiros, viajantes, pagadores de promessas e comerciantes. Fora dos holofotes, antes, durante e após a Romaria, o evento é marcado pela jornada de trabalho de indígenas Kaingang, haitianos, senegaleses, peruanos, bolivianos e brasileiros vindos das regiões nordeste e sudeste, que compõem, na extensão da Avenida Sagrado Coração de Maria, em Campos Novos, uma “cartografia estrangeira-efêmera”, como aponta a contadora de histórias Jaqueline Silveira. “O livro é resultado desses diálogos e busca revelar uma Romaria que se faz por múltiplas travessias, mostrando como a palavra ‘promessas’ carrega em si uma polissemia, ou seja, muitos significados”, completa.

De fato, o caráter polissêmico de “Promessas” se configura não apenas entre as definições possíveis para o termo, como os pedidos ancorados na fé e no sacrifício; a espera pela boa sorte nas vendas no dia de celebração, ou mesmo o ditado popular que afirma que “promessa é dívida”. A pluralidade encontrada na Romaria por Carlos e Jaqueline se traduz também na edição do livro, com a coordenação editorial de Gabi Bresola, por meio de uma profusão de cores. Diferente das publicações oficiais e religiosas, frequentemente com traços sóbrios, cores claras e letras miúdas, o livro “Promessas” procura evidenciar, na escolha de seu formato, na variedade de fontes e no colorido das páginas as várias vozes da rua, aproximando o leitor da experiência desses encontros. “Promessas é um foto-livro que dialoga com o formato de revista. As letras grandes fogem do padrão das leituras de culto, geralmente pequenas e de difícil leitura. Além disso, o projeto gráfico busca arrematar o caráter estético das imagens feitas por Carlos e o trabalho de linguagem realizado por Jaqueline”, explica Gabi Bresola. O livro ainda é acompanhado por dois santinhos, se relacionando ainda mais com a cultura da Romaria.



SERVIÇO:

Lançamentos do livro “Promessas”, 
de Carlos Eduardo Carvalho e Jaqueline Silveira

Dia 20/06 (segunda-feira), Online, 19h30
Pela página no Instagram da Editora (@editoraeditora_).

Dia 21/06 (terça-feira), em Joaçaba, 19h30
Local: Teatro Alfredo Sigwalt 
(Rua Roberto Trompovski, 63, Joaçaba/SC)

Dia 01/07 (sexta-feira), em Campos Novos, 19h30
Local: Biblioteca Pública Municipal de Campos Novos
(R. Cel. Farrapo, 1045, Centro, Campos Novos/SC)
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