quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Apresentação do livro “Artur Pastor – Portugal país de contrastes”

fevereiro 16, 2023 | por Resumo Fotográfico

Neste sábado (18), a editora Majericon realiza uma apresentação de seu novo livro sobre o fotógrafo Artur Pastor, no Arquivo Municipal de Lisboa.



O Arquivo Municipal de Lisboa assinala o centenário do nascimento de Artur Pastor com o lançamento do livro de fotografia “Artur Pastor – Portugal país de contrastes”, uma co-edição da Câmara Municipal de Lisboa e da editora Majericon. Um tributo para dar a conhecer a obra de Artur Pastor, um prolífico mas pouco conhecido fotógrafo o reconhecimento merecido, colocando o seu nome entre os grandes da fotografia.

Tomando como ponto de partida o texto 'Portugal um país de contrastes', escrito por Artur Pastor em abril de 1954 para a revista Portugal Ilustrado, e o seu testemunho “Portugal não se visita apenas com o olhar porque se sente, também, o coração”, este livro constitui-se como um roteiro fotográfi- co sobre o legado deixado pelo fotógrafo Artur Pastor, evocando o seu desassossego ambivalente, em torno da escrita e da fotografia, do litoral e do interior ou da ruralidade e da modernidade.

Reunindo uma seleção de cerca de 250 fotografias a preto e branco, entre as muitas que constituem o espólio adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa em 2001, tem como objetivo dar a conhecer a obra deste fotógrafo ímpar e a sua visão de Portugal, um país desaparecido e alterado na memória dos mais novos, mas refletindo um passado presente para os que o viveram.

À espera do peixe, Nazaré, Portugal, 1954-1957 | Artur Pastor

Carregando sal, Faro, 1943-1945 | Artur Pastor

Sesimbra, 1943-1945 | Artur Pastor

Neve de Verão, Faro, 1943-1945 | Artur Pastor

“Vai…arriba!”, Sesimbra, 1943-1945 | Artur Pastor

Ponte de Trajano, Chaves, Portugal, 1959 | Artur Pastor

Sobre o fotógrafo

Artur Pastor nasceu em Alter do Chão, a 1 de maio de 1922. Concluiu o curso de Regente Agrícola em Évora, na Herdade da Mitra, em 1942. Neste ano realizou o seu primeiro trabalho de fotografia que utilizou para ilustrar a sua tese final. Nessa altura descobriu o gosto pela fotografia que o fascinou até ao fim da sua vida.

Em Évora envolveu-se em projetos de natureza fotográfica apresentando os seus trabalhos em publicações ilustradas, postais, selos e cartazes. Colaborou em diversos jornais do Sul do País com artigos de opinião e de cariz literário. Com apenas 23 anos apresentou a sua primeira exposição “Motivos do Sul”.

No início dos anos cinquenta ingressou nos serviços do Ministério da Economia em Montalegre, sendo transferido em 1953 para Lisboa, para a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, fundando a fototeca deste serviço. Paralelamente, colaborou com outros organismos públicos, dos quais se destacam, a Junta Nacional do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo, entre outros. Em 1958 publicou uma edição de autor intitulada “Nazaré” e em 1965, “Algarve”, dois álbuns com textos e fotografias da sua autoria.

Participou frequentemente em exposições e Salões de Fotografia, tanto em Portugal como no estrangeiro, onde recebeu alguns primeiros prémios. O seu trabalho foi publicado por diversas revistas de fotografia nacionais e internacionais, tais como “The Times”, “National Geographic” entre outras.

Trabalhou por encomenda para diversos organismos oficiais e empresas, sobretudo no campo da agricultura e turismo. Integrou exposições oficiais e feiras, no país e no estrangeiro, tendo fotografado de forma regular até ao seu falecimento, em 1999. Em 2001 o espólio foi adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa.
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