Durante as escavações na década de 1920, fotógrafo tirou mais de três mil fotos
Em 1922, o fotógrafo Harry Burton recebeu um convite que mudou sua vida: o arqueólogo Howard Carter havia ganhado acesso para visitar a câmara de Tutancâmon no Vale dos Reis, no Egito, e queria levar alguém que pudesse registrar essa jornada.
Burton é, claro, aceitou e passou os próximos oito anos tirando fotos do interior da tumba. Ao longo desse período, estima-se que o fotógrafo tenha captado mais de três mil imagens, o que fez com que ganhasse o apelido de "o fotógrafo do faraó".
Uma seleção dessas imagens está disponível para o público no Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, até o fim de setembro. Trata-se da exposição "Fotografando Tutancâmon", que mistura fotos famosas da descoberta da tumba do jovem faraó até algumas que nunca antes vistas pelo público.
A professora Christina Riggs da Universidade de Anglia do Leste, também no Reino Unido, foi a responsável pela curadoria da exposição. "Trata-se de mudar toda a nossa perspectiva do Egito antigo, moderno e arqueologia", disse ela em entrevista à BBC. "Quando começamos a pensar sobre as condições complexas e desiguais que ocorreram durante as escavações, fica difícil ver as fotos de forma 'neutra'."
Riggs se refere aos bastidores das escavações: segundo ela, já que explorar a tumba de Tutancâmon era única e histórica, os profissionais envolvidos se aproveitaram da situação. "Por meio das lentes das câmeras, a exibição demonstra toda ajuda fornecida pelo governo egípcio e por centenas de egípcios trabalhando com Harry Burton e Howard Carter", afirmou a pesquisadora.
"Essa nova perspectiva nos ajudará a entender o que o Tutancâmon significava para os egípcios na década de 1920 — e apresenta uma questão importante sobre quem realmente faz a ciência e quem ganha crédito por isso."
"Escolhi, de propósito, não usar nenhuma das fotos 'clássicas' da descoberta. Todas essas foram fabricadas por Howard Carter, Arthur Mace e Alfred Lucas que trabalhavam na tumba", escreveu Riggs no blog da exposição. Ela optou por disponibilizar fotos que mostram as outras pessoas envolvidas na empreitada: trabalhadores, adultos e crianças egípcias que ajudaram em todo o processo, mas nunca são lembrados.
via Revista Galileu
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