Se “a cidade está no homem”, o fotógrafo Márcio Vasconcelos está na cidade e no homem. “Visões de um Poema Sujo” não se trata apenas de fotografia, se trata de existência. Feito para ser um poema em imagens, o projeto é uma procura dentro da obra escrita em 1975, quando Ferreira Gullar estava no exílio. É como um retrato, e um retrato será sempre um veredito.
“Interpretar” um poema pode levar ao suicídio, ao abismo, à natureza em chamas. Ainda mais neste tempo que vivemos, onde as imagens foram esvaziadas pelo acúmulo e uma somente uma fotografia não basta mais. O fotógrafo percorre a cidade e o Poema Sujo escorre. Absorve o suor nas paredes de uma São Luís que agoniza como a maioria das cidades brasileiras, entre memória e abandono, violência e paixão. É por isso que as imagens deste trabalho fazem parte de um grande teatro, de um cenário operístico feito de feridas.
Na obra, a precisão do olhar adiante é a precisão de uma existência vivida pelo fotógrafo nos seus dias maranhenses: entre o matadouro e o bairro da Liberdade, entre o homem que despe as suas entranhas no meio da madrugada na esquina da rua do Giz e a mulher que vende nada à beira de um mercado na periferia.
Fonte: Convocatória Portfólio em Foco
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