Nesta quinta-feira (1), chega ao Rio de Janeiro a exposição “Labirintos”, de Caique Cunha, no prédio da Biblioteca Parque. A mostra poderá ser visitada até o dia 21 de dezembro.
A fotografia brasileira tem se renovado e ganhado novos representantes ao longo das últimas décadas. Nomes grandiosos como Rogério Reis, Walter firmo e Sebastião Salgado têm dividido espaço das galerias e museus com novos artistas que se expressam através de trabalhos de grande relevância poética. É o caso do fotógrafo e artista visual Caique Cunha, que utiliza a fotografia como base de produção. Seus trabalhos exploram narrativas políticas e sociais através de um ponto de vista contemporâneo. Nesta individual, Caique apresenta pouco mais de 50 fotografias, divididas em oito séries, que estimulam o interlocutor a se desviar do significado etimológico e a se aproximar da possibilidade de entender a imagem fotográfica a partir do campo de reflexão filosófico.
Segundo os curadores da mostra, Greice Rosa e Marco Antonio Portela, Caique dispõe o espectador diante daquilo que chamamos de fotografia, mas, que na sua quase infinita possibilidade de construção e representação encontradas na contemporaneidade, ficamos confusos sobre o que vemos é realmente o que acreditamos ver. Esse trabalho não determina, não afirma, só sinaliza, nos provoca a refletir sobre o meio e sobre a forma. Caique apresenta trabalhos que nascem da fotografia, da impressão, da imagem técnica. Esse território está cada vez mais labiríntico porque abrange inúmeras novas possibilidades. Ele tem a consciência e a liberdade de transfigurar os meios na busca de uma complexa poética.
Contemplado no Retomada Cultural 2, Edital patrocinado pelo Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, o projeto cultural ganha corpo e forma, se materializando no que o artista considera um incentivo ao debate sobre a função da fotografia, admitindo-se simultaneamente sua atribuição como instrumento de registro e como agente criador da obra, onde assume sua materialidade no campo da arte contemporânea.
“Labirintos é o resultado de uma pesquisa imagética onde se constrói um emaranhado de caminhos dentro da arte fotográfica, apresentando vastas possibilidades de criação e comunicação no ambiente artístico”, diz o artista, que possui outros três projetos aprovados pela Lei Estadual de Incentivo à Cultural, a Lei do ICMS. “Além desta exposição, recentemente foram aprovados outros 3 projetos que ainda buscam patrocinadores. São propostas de publicação de livros de arte que enxergam na fotografia o meio ideal para estimular reflexões sobre o patrimônio artístico cultural. O apoio do setor privado é importantíssimo para que se possa entregar à sociedade ações culturais de qualidade e relevância”, complementa Caique.
A preocupação com a manutenção da linguagem fotográfica é algo permanente no cotidiano do artista. Atualmente à frente da galeria e produtora Studio Rico, que assina a produção executiva da exposição Labirintos, Caique Cunha vem se consolidando como um importante agente cultural da cena carioca. Desde a reabertura das atividades culturais, interrompidas pelo período de pandemia, Caique produziu diversas mostras e exposições coletivas, com destaque para a exposição “Pequenos Formatos“ e para a primeira edição do “Salão Nacional de Arte Fotográfica - A Casa FotoArte“ que selecionou 12 artistas que utilizam a fotografia como base de produção. “Produzir mostras que promovam a jovem produção Imagética brasileira apenas consolida o meu ponto de vista sobre a importância de se preservar a nossa memória visual. É muito importante divulgar promissores artistas que cada vez mais contribuem de forma muito consciente para a manutenção da linguagem fotográfica”. Continua Caique: “Como produtor, minha função é viabilizar e divulgar as diversas manifestações artísticas. Sempre visando ofertar ao público a mais recente diversidade da pesquisa imagética brasileira”.
SERVIÇO
Exposição “Labirintos”, de Caique Cunha
Data: de 1 à 21 de dezembro, 2022
Horário: de segunda à sexta-feira, de 10h às 17h
Local: Biblioteca Parque - Av. Presidente Vargas, 1261, Centro, Rio de Janeiro/RJ
