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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Diversão e arte para os pequenos

maio 01, 2020 | por Ana Gabriela

Livro apresenta desafios que prometem entreter e ensinar de maneira didática crianças a fotografar
Um dos desafios que a obra propõe é a realização de imagens extraordinárias por meio de montagens, como fizeram as meninas Elsie Wright e Frances Griffiths no século XX. (Elsie Wright, Frances com fadas, 1917).
Em um momento como este, em que precisamos ficar tanto quanto possível em casa para frear a propagação do coronavírus, pode ser um desafio manter as crianças ocupadas. Se você é daqueles que ama arte e gosta de dividir a paixão com os pequenos, uma boa dica para fazer correr os dias com um pouco mais de graça e criatividade é a leitura do livro Seja um fotógrafo superincrível, de Henry Carroll.

Voltada para o público infanto-juvenil, a obra de 64 páginas apresenta 20 desafios fotográficos que vão ajudar o público- alvo — e quem mais quiser — a refletir sobre elementos básicos dessa linguagem, como a qualidade da luz, a importância das cores e das texturas e a necessidade de ousar no enquadramento.

Um exemplo de atividade proposta é a realização de montagens e truques para criar cenas extraordinárias, como fizeram as meninas Elsie Wright e Frances Griffiths em 1917, ao colarem desenhos de fadas no jardim e posarem junto a eles. A brincadeira inocente rendeu discussão sobre o caráter objetivo da fotografia, tida até então como testemunho fiel da realidade, e chegou a enganar personalidades célebres, incluindo aí Sir Arthur Conan Doyle, escritor que deu origem ao detetive Sherlock Holmes.

Como é de praxe nas obras de Henry Carroll ( e como se pode ver na descrição anterior), há na obra referências à produção de artistas interessantes, que mesmo os adultos podem gostar de conhecer, a exemplo da fotógrafa de retratos Emily Stein e de Yasumasa Morimura, artista visual conhecido por reproduzir imagens de figuras famosas.

O livro também explica, de maneira bastante introdutória, questões ligadas a alguns conceitos técnicos, como composição, luz e componentes da câmera, além de contar uma breve história da fotografia em suas últimas folhas.

Com textos curtos e fáceis de ler, páginas coloridas, boas fotos e capa dura, Seja um fotógrafo superincrível é um ótimo presente para incentivar a criatividade das crianças em qualquer tempo, inclusive durante a quarentena.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Com exemplos clássicos e contemporâneos, livro reúne a percepção de 50 fotógrafos famosos

abril 15, 2019 | por Ana Gabriela

"Fotógrafos sobre a fotografia", de Henry Carrol, é mais uma obra sobre o tema lançada no Brasil pela editora Gustavo Gili
Marilyn Monroe, por Richard Avedon, 1957. Artistas clássicos, como Avedon, dividem espaço com fotógrafos contemporâneos em livro publicado pela Gustavo Gili

"Fotógrafos sobre a fotografia" (Editorial Gustavo Gili, 128 páginas, 85 reais), de Henry Carrol, promete ajudar a " olhar, pensar e tirar fotos como os mestres" e pode auxiliar nisso mesmo. O livro, que faz parte da coleção do autor lançada pela GG Brasil, reúne a percepção de 50 fotógrafos sobre a arte a partir de imagens, citações, textos e entrevistas.

A obra apresenta análises curtas que explicam o estilo de cada fotógrafo de maneira didática, partindo, sempre, de uma frase dita pelos artistas. Há fotógrafos consagrados, como os norte-americanos Dorothea Lange, Man Ray e Ansel Adams, e contemporâneos, a exemplo da alemã- norte-americana Esther Teichmann e da dupla Broomberg & Chanarin, da África do Sul e da Inglaterra.

As citações que introduzem cada texto não só funcionam como frases de efeito passíveis de serem colocadas nas redes sociais para impressionar os amigos, mas também trazem consigo reflexões profundas, como as discussões sobre a relação da arte com a captura do passado, o registro do real, a diferença entre o analógico e o digital e sua ligação com sentimentos de perda e posse.

Um exemplo de reflexão proposta pelo livro é sobre como o tamanho de uma foto interfere no que ela pode comunicar. Para a holandesa Hellen Van Meene, "o tamanho de uma fotografia é uma extensão do seu conceito" (p. 19). A artista retrata adolescentes em trabalhos de cerca de 28cm e, por meio deles, convida o espectador a se aproximar e a interagir com a obra.

Sobre o trabalho dela, Carroll explica no livro: "Se suas fotografias fossem maiores, nós interagiríamos com elas de forma muito diferente" (p. 19). Além das citações e da apresentação do que pensam esses artistas, há cinco entrevistas com fotógrafos contemporâneos, a exemplo da norte- americana Olivia Bee.

Outro mérito do livro é tratar de várias áreas da fotografia, como moda, paisagem, retrato, interiores, fotografia de rua e artística. Quanto à diversidade dos artistas selecionados, a obra privilegia notadamente a produção norte-americana e a européia, sobretudo a britânica, com algum destaque para os japoneses (a exemplo de Nobuyoshi Araki e Ryuji Miyamato) e pouquíssima participação de latino-americanos. O Brasil aparece representado pelo trabalho de Vik Muniz.

O autor do livro, Henry Carrol, é fotógrafo e tem outras obras na área, como "Leia isto se quer tirar fotos incríveis" e "Leia isto se quer ter muito sucesso no Instagram", também publicados no Brasil pela Gustavo Gili.

Compacto (14.4 x 20cm), "Fotógrafos sobre a fotografia. Olhe, pense e tire fotos como os mestres" é um livro fácil de carregar e atraente para quem curte fotografar e quer ter referências bacanas sempre consigo. O leitor pode buscar na obra autores que se aproximam de seus objetivos pessoais enquanto fotógrafo, utilizar o trabalho como propulsor de debates sobre a linguagem ou simplesmente aumentar suas referências para além dos artistas clássicos.

Citações da obra

Veja algumas citações do livro que ajudam o leitor a pensar nos aspectos filosóficos da fotografia:

"Finalmente descobri o que há de errado com a fotografia. É um homem caolho olhando por um pequeno buraco. Agora, quanta realidade pode haver aí?" — David Hockney, fotógrafo britânico, p. 14.

"Como consumimos imagens ou como elas nos consomem?" — Amalia Ulman, fotógrafa argentino-espanhola, p. 43.

"Quando você coloca quatro bordas em torno de alguns fatos, você muda esses fatos" — Garry Winogrand, fotógrafo norte-americano, p.54.

"Quando uma pessoa olha para uma fotografia que você tirou, ela sempre pensará nela mesma" — Jason Fulford, fotógrafo norte-americano, p.56.

"Tento tirar fotos como um alienígena" — Lars Tunbjörk, fotógrafo sueco, p. 78.

"Sempre achei que nossa relação com a fotografia estava condicionada por um sentimento subjacente de perda" — Bill Henson, fotógrafo australiano, p. 102.

FICHA TÉCNICA

Fotógrafos sobre a fotografia
Olhe, pense e tire fotos como os mestres
de Henry Carroll

Editorial Gustavo Gili

Tradução: Edson Furmankiewicz
14,4 x 20 cm
128 páginas
Português
ISBN / EAN: 9788584521364
cartonada
2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Livro ensina passo a passo como fazer filme

setembro 05, 2018 | por Ana Gabriela

Conciso e de fácil leitura, guia dá dicas sobre todo o processo de produção audiovisual a aficionados que têm uma ideia na cabeça e uma câmera ou celular na mão
Apaixonados por cinema podem conhecer regras fundamentais sobre a linguagem em livro (Foto: Jakob Owens/Unsplash)

O “Guia para fazer seu próprio filme em 39 passos” (Editorial Gustavo Gili, 136 páginas, 59 reais), da revista britânica Little White Lies, cumpre com eficiência sua proposta: apresenta de maneira concisa e didática o bê-á-bá àqueles que querem se aventurar no mundo do audiovisual.

Dividida em quatro temas (preparativos, filmagem, pós-produção e recursos), a obra apresenta ótimas referências de clássicos e projetos mais atuais que exemplificam a linguagem do cinema.

O passo a passo é mais voltado a amadores ou estudantes com poucos recursos, mas pode ser útil a todos que se interesssem pelo tema, inclusive aqueles que não pretendem pôr a mão na massa, mas que gostam de curtir uma pipoquinha no sofá de casa.

Para quem pensa em se aventurar pelo processo de criação, o livro mostra a importância de planejar a história por meio do storyboard e do cálculo do orçamento, por exemplo, bem como de montar a equipe e pensar nas locações e nos equipamentos.

Quanto às técnicas de filmagem, dá dicas de composição, planos, tomadas e outros aspectos típicos da linguagem. Com diagramação leve e escrita didática, a obra apresenta a maioria das regras básicas do cinema.

E o mais legal: a produção leva em consideração eventuais limitações que amadores possam ter e também o uso das novas tecnologias. Por isso, não desanime se você tem planos de gravar com celular. É possível criar produções com baixo orçamento, a exemplo das obras Frances Ha (Noah Baumbach, 2012) e Following  (Christopher Nolan, 1998), que aparecem como referência no guia.

Ainda há dicas de pós-produção e tabelas para a sistematização de todo o processo, como fichas de elenco, modelo de roteiro e planos de filmagem.

Para quem gosta apenas de apreciar a sétima arte, as páginas em azul trazem indicações de filmes que todo cinéfilo deveria conhecer (há clássicos e trabalhos mais atuais).

Perfeito para quem sonha em aprender sobre o tema e não tem grana ou tempo para investir em uma educação formal, o livro é um curso conciso, eficiente e compacto sobre o que aspirantes e apaixonados deveriam saber de cor e salteado sobre cinema.

FICHA TÉCNICA

Guia para fazer seu próprio filme em 39 passos
de Little White Lies

Editorial Gustavo Gili

Tradução: Edson Furmankiewicz
13.5 x 20cm
136 páginas
Português
ISBN/EAN: 9788584521166
Cartonada
2018

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Fotógrafo brasileiro registra as belezas da Antártida

abril 02, 2018 | por Ana Gabriela

João Paulo Guimarães conta como foi a experiência de fotografar no continente mais frio do planeta; veja as fotos
Pinguins na Ilha Deception (Foto: João Paulo Guimarães)

O fotógrafo paraense João Paulo Guimarães embarcou no Ary Rongel, navio da Marinha Brasileira, rumo à Antártida e fotografou a vida selvagem na região. Em entrevista concedida ao Resumo Fotográfico, ele explica como foi o dia a dia no continente e dá dicas de como fotografar em locais semelhantes. "Quando a gente fala assim que nem a fotografia consegue descrever a magnitude exata do local, é verdade. Não tem como descrever a Antártida. É impressionante. Não tem como explicar o impacto que o ambiente te causa", afirma o fotógrafo.

João esteve no continente por cerca de trinta dias, nos meses de outubro e novembro do ano passado, e enfrentou temperaturas de cerca de 10 graus negativos. "Quando eu desci do C-130 Hércules, avião da Força Aérea Brasileira, eu já quase não sentia o meu nariz. Eu tive que puxar rápido a minha mão, porque ela já estava doendo muito. Eu olhava para o horizonte e não via nada, por conta da névoa", conta.

Ele explica que um dos maiores desafios para fotografar a região é conseguir lidar com o excesso de branco da paisagem. "É difícil pegar o contraste, por causa da luz que é muito forte, mas ele existe. Tinha momentos que eu colocava uma velocidade super alta no obturador, deixava o diafragma fechado, baixava o ISO para o menor valor e a luz continuava explodindo", fala.

​​Lobo-marinho, Baía do Almirantado (Foto: João Paulo Guimarães)

João também explica que o tempo na Antártida pode surpreender e que isso também deve ser levado em conta na hora de fotografar. " Dependendo da época do ano que você vai fotografar, a Antártida pode te surpreender. Você pode sair um dia com uma 150-500mm, por exemplo, porque tá nublado. Quando você menos percebe, o tempo mudou, o céu está lindo e com um solzão, e você consegue chegar mais próximo das coisas. Ao mesmo tempo, o sol bate na neve e retorna para ti e a possibilidade de ficar cego é real, então você tem que ficar o tempo todo com óculos escuro", explica o fotógrafo.

Quanto ao equipamento, ele recomenda tanto a utilização de grande angulares como a de teleobjetivas. "Você tem que ter uma grande angular, não tem jeito. Você tem que ter para pegar todo o ambiente, porque esse cenário é maravilhoso". Mas João lembra que teleobjetivas são indispensáveis também. "Tem momentos que você precisa pegar coisas muito distantes, como uma baleia, e aí você precisa ter esse alcance. E tem também o lance de que você não pode chegar menos de 10 metros do objeto que você vai fotografar. A sigma 150-500mm foi a lente que eu mais usei. Mas usei também muito a 18-105mm e algumas vezes a 70 -300mm".

João agora quer dar palestras sobre a aventura para crianças e jovens de pequenas comunidades da região de Belém. " Meu principal foco agora é trabalhar com essas crianças e adolescentes. Queria muito chegar para eles e dizer: 'olha, gente, vocês moram aqui no interior, vocês são pobrezinhos, vocês não têm condições, mas vocês podem chegar lá se vocês souberem os caminhos'", afirma.

Atividade com helicóptero na Ilha Deception (Foto: João Paulo Guimarães)

Ele mesmo já foi uma dessas crianças. O projeto na Antártida é na verdade fruto de um sonho bem antigo. João conta que desejava ir até o canto mais frio do planeta desde quando tinha 12 anos. Com essa idade, ele assistiu a "Mar sem fim", documentário no qual o navegador Amyr Klink dá a volta ao mundo circunavegando a Antártida. "Assisti àquilo e fiquei apaixonado pelo ângulo, pela iluminação. Desde aquela época comecei a pensar : 'eu vou para a Antártida. Eu quero ir para a Antártida". A oportunidade surgiu na vida dele anos depois, quando, em contato com a Marinha de Belém, conseguiu uma vaga no navio de apoio oceanográfico Ary Rongel. Durante a expedição, conheceu a Ilha Deception, ponto baleeiro e vulcão ativo, a base chilena na região e a base de pesquisa científica polonesa Henryk Arctowski .

Sobre o maior impacto da viagem em sua trajetória pessoal, o artista afirma: "Fotografia é vida. Esse foi o grande impacto: vida. [Com essa viagem,] percebi o quão pequeno eu sou e o quanto o mundo é grande". Além de futuras exposições e palestras sobre a viagem, João promete voltar para a Antártida ainda esse ano em nova expedição, que agora vai durar cerca de 6 meses, para continuar a documentar a paisagem local.























segunda-feira, 5 de março de 2018

De imagem a fotografia: dicas profissionais de impressão

março 05, 2018 | por Ana Gabriela

Como afirma o prestigiado Sebastião Salgado, o processo fotográfico vai além da captura e do tratamento de imagens. O Resumo Fotográfico vai te dar dicas de impressão para você transformar suas imagens digitais em verdadeiras obras de arte; veja



Todo fotógrafo profissional sabe que para garantir um bom resultado do seu trabalho é muito importante ir além do processo de captura e tratamento. É necessário se certificar de que suas melhores imagens possam ganhar vida e se transformar efetivamente em fotografias. Para o conceituado Sebastião Salgado, a diferença entre fotografia e imagem passa pela questão da impressão. O fotógrafo argumenta que uma imagem só se transforma em fotografia quando se torna um objeto materializado, que pode ser olhado, tocado e guardado. Durante conversa com jornalistas em decorrência do Prêmio Personalidade França - Brasil que recebeu em 2016, chegou a dizer que a fotografia  enquanto algo intrínseco, tocável e físico deve morrer nos próximos 20 ou 30 anos.

Talvez você não concorde com a dura posição de Salgado, mas é fato que cada vez mais esquecemos da importância de trazer as imagens que produzimos para o mundo físico. Para o fotógrafo amador ou profissional, a revelação ou impressão das fotos traz inúmeros aprendizados sobre essa arte. Ao mesmo tempo, nossos clientes ampliam suas possibilidades de interação com a imagem e têm a qualidade do serviço adquirido garantida. Afinal de contas, quem vai acompanhar todo o processo fotográfico, da captura à impressão, é o fotógrafo. Assim, o cliente vai receber o resultado final tal como idealizado pelo artista, nas condições corretas de brilho, contraste e cor, sem sofrer com as intempéries de monitores descalibrados e despreparados para mostrar o arquivo virtual em alta qualidade.

Mas, após o tratamento das fotos, como se preparar para a impressão? O fotógrafo profissional precisa saber de algumas regrinhas básicas sobre o tema antes de enviar para imprimir ou revelar.


Dicas de impressão

1. Pense na resolução da imagem: a resolução ideal para impressão é, normalmente, de 300 dpi;

2. Cuidado com o gerenciamento de cor: já sofreu a decepção de tratar uma imagem perfeita no seu monitor e depois dar de cara com ela impressa com cor, brilho e contraste muito diferente do original? Pois é, é importante pensar no espaço de cor antes de imprimir as fotos.

Quando o processo de impressão envolver o uso de tinta, o correto é utilizar o espaço de cor conhecido como CMYK, sistema de cores formado pelo ciano, magenta, amarelo e preto. Processos que envolvem luz na revelação pedem o RGB, no qual o vermelho, o verde e o azul se combinam para reproduzir um extenso espectro cromático.

Assim, para impressoras a jato, por exemplo, o recomendável é o CMYK, enquanto minilabs pedem RGB. Por isso, ao enviar suas imagens para seu laboratório de escolha, pergunte em que modo de cor você deve mandá-las.

Outra dica importante é calibrar o monitor no qual você vai tratar as imagens. Para fazer isso, você precisa perguntar ao laboratório que vai cuidar das suas fotos qual é o perfil ICC que você deve utilizar no seu monitor. Depois, é só calibrá-lo você mesmo, com um calibrador de monitor, ou pedir a ajuda de um profissional. Assim, você vai se assegurar de que o que vê na tela do seu monitor é fiel ao resultado impresso.

3. Pense no papel: papel fosco costuma diminuir o contraste da imagem, mas dá um ótimo acabamento para as fotos. Para garantir o contraste que você tinha pensado para o resultado final, vale aumentá-lo um pouquinho antes de mandar para o laboratório.

Já o papel brilhante é indicado para fotos ricas em detalhes, com cores intensas. Há ainda outras opções, como o silk, o metálico, o satin e o pérola.

Com essas dicas, você pode imprimir ou revelar suas fotos tendo mais segurança em relação ao resultado. E você sabe a diferença entre imprimir e revelar?


Imprimir ou revelar? Conheça a diferença de cada processo

Há diversas opções de impressoras fotográficas no mercado, como a impressora a jato, a laser e a de sublimação. A mais popular e barata é a impressora a jato, que aplica tinta no papel através de furinhos no cabeçote de impressão da máquina.   Ela gera fotografias de alta qualidade.  Há no mercado aquelas que, além das quatro cores básicas (ciano, magenta, amarelo e preto), tem cores adicionais que geram um resultado ainda mais satisfatório. Quanto maior o número de pontos por polegadas da impressora, mais nítida e real é a foto. Além de oferecer ótima qualidade, costuma ser mais barata que os outros tipos de impressora.

Já a revelação das fotos é um processo químico que, na fotografia digital, replica o processo tradicional antes feito na foto analógica. "No minilab, a máquina precisa projetar a fotografia no papel e em seguida aplicar o processo químico que vai efetivamente garantir a revelação", afirma Jorge Gervásio, sócio-diretor da Lab ProPhoto, empresa de Belo Horizonte especializada em impressão. Jorge explica as etapas tradicionais do processo químico na revelação:
  1. Aplica-se um líquido revelador que reage com os sais de prata do papel para que a imagem projetada apareça;
  2. O branqueador transforma a prata metálica novamente em sal, mas sem mexer nos corantes;
  3. O fixador dissolve e remove todos os sais de prata do papel;
  4. Depois é aplicado um líquido de enxague e outros produtos de acabamento;
  5. No final do processo, a imagem passa por uma secadora.
Hoje em dia, tanto o método de impressão quanto o de revelação costumam ser bastante seguros em laboratórios profissionais.  Por isso, dá para confiar. O importante é escolher um bom profissional que saiba tirar suas dúvidas e oferecer a você os melhores equipamentos e opções de impressão.
"Tanto a impressão quanto a revelação trazem resultados bastante compatíveis. Hoje em dia qualquer um pode imprimir em casa, mas para você ter uma garantia de que todo  o processo está perfeito e conseguir o melhor da sua imagem, é importante procurar um profissional", afirma Jorge.
Para quem está começando a se enveredar nos caminhos da impressão, é normal ter dúvidas. Mas, como salienta Sebastião Salgado, esse é um passo importante para quem quer fazer fotografia de verdade. Por isso, peça ajuda ao seu laboratório de confiança e mão na massa!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

As peripécias de Vera Holtz

outubro 24, 2017 | por Ana Gabriela

Confira as fotos da atriz que deram o que falar nas redes sociais
Facebook/Reprodução

Não é de hoje que a atriz Vera Holtz tem encantado os internautas com suas fotos irreverentes. Desde julho de 2015, a atriz tem postado nas redes sociais fotos e vídeos que documentam suas ‘brincadeiras’ performáticas. No mais recente trabalho publicado pela artista, ela aparece sem roupa com duas bombas de leite pressionadas contra os seios (foto abaixo).

Facebook/Reprodução

Sob a alcunha de Vera Viral, ela costuma explorar temas por vezes ligados a datas comemorativas. Uma de suas primeiras imagens a viralizar foi uma em que aparece paramentada de árvore de Natal em plena véspera do feriado de 2015. A foto teve 114 mil curtidas no Facebook.

Facebook/Reprodução

Outra postagem de repercussão foi a série de fotos “Carnaval”, na qual a atriz aparece interagindo com um copo de chá de boldo depois de uma aparente noite de bebedeira.

Sequência de fotos da série "Carnaval", Vera Holtz (Facebook/Reprodução)

De maneira geral, as fotos da atriz têm quase sempre um mesmo fundo neutro cinza e são clicadas pelo fotógrafo Renato Santoro. Vera conta em entrevista para o site Uol que a ideia de fazer as fotos surgiu durante uma época de ócio e que ela adora acompanhar a repercussão nas redes sociais.

E nessas redes, as opiniões das pessoas divergem. Há aqueles que encaram o trabalho da artista como “original”, “maravilhoso” e “ousado”, e aqueles que consideram as fotos “estranhas” ou “desnecessárias”. Mas não seria esse o papel da arte, fazer pensar, nos tirar do lugar comum ou simplesmente abrir espaço para a brincadeira, a criatividade e o lúdico?

Para os amantes da fotografia, o trabalho autoral de Vera é um convite para se pensar nessa linguagem como suporte para a performance.

Gostou? Confira outros trabalhos da artista:



Para ver mais do trabalho de Vera Holtz, acesse seu Facebook ou Instagram.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

As cores de Marina Amaral

maio 10, 2017 | por Ana Gabriela

Mineira ganha projeção internacional com trabalho de colorização; confira entrevista com a artista
Albert Einstein, 1921 - Colorização: Marina Amaral

"Eu ando pelo mundo prestando atenção/ em cores que eu não sei o nome/ cores de Almodóvar/ cores de Frida Kahlo, cores..." já dizia Adriana Calcanhotto na canção "Esquadros". Mas, desta vez, não se trata nem de Almodóvar nem de Frida Kahlo. As cores que recentemente ganharam projeção internacional são da artista mineira Marina Amaral. De Belo Horizonte, a jovem de 22 anos uniu o amor pela história e a habilidade no Photoshop para colorir fotos emblemáticas e se tornou tema de veículos internacionais, como a revista Wired e a BBC. Confira o trabalho da artista, além de breve entrevista:

Resumo Fotográfico - Como surgiu o interesse em colorir fotos antigas?

Marina Amaral - Meu interesse surgiu de forma quase aleatória. Desde bem pequena, por volta dos 10, 11 anos, eu comecei a brincar com o Photoshop no meu tempo livre. Não tinha nenhum propósito específico, mas gostava de assistir tutoriais no Youtube e depois passar horas praticando. Até então, eu nem sabia que era possível colorir fotos digitalmente. Em 2015, enquanto dava uma olhada em um fórum de história, encontrei uma coleção de fotos coloridas da Segunda Guerra Mundial. Eu já conhecia bem as ferramentas do Photoshop, mas não sabia como começar. Mesmo assim, resolvi tentar, e não parei de praticar desde então.

Destruição da cidade de Hiroshima, Japão, durante a 2ª Guerra Mundial - Foto original: Arquivo Nacional dos EUA / Colorização: Marina Amaral

O que te motiva a realizar tal trabalho?

Meu interesse pela história, algo que sempre existiu, é um grande fator motivacional. Por mais que eu adore fazer o que eu faço, nem sempre é fácil passar horas e horas olhando para a mesma fotografia, cuidando de cada mínimo detalhe. Mas, por gostar tanto de história, é uma realização pessoal quando eu consigo completar uma imagem e "reviver" aquele momento histórico.

Para você, qual é a função da cor na fotografia?

Acredito que as cores são capazes de quebrar qualquer barreira criada pela monocromia, permitindo que se crie uma conexão mais profunda e íntima entre a pessoa que vê e a foto em questão.

Martin Luther King - Foto original: Arquivo Nacional dos EUA / Colorização: Marina Amaral

Quando percebeu que seu trabalho era bom e tinha potencial?

Eu percebi que existia algum diferencial no meu trabalho quando a revista Wired entrou em contato e quis fazer uma matéria comigo, que acabou repercutindo bastante, e logo depois a BBC. Apesar disso, eu nunca me dou por satisfeita quando finalizo um trabalho, por mais que todo mundo olhe e não ache nenhum defeito. Eu sempre consigo encontrar alguma coisa que posso melhorar. Sou muito perfeccionista, mas acho que isso me ajuda a evoluir como artista.

Como se deu a projeção internacional?

Aconteceu gradualmente, mas a proporção que tomou foi além do que eu imaginava. Meu trabalho começou a ser compartilhado nas redes sociais e os veículos foram entrando em contato, até que cheguei ao ponto de dar 4 ou 5 entrevistas por dia, todos os dias. Foi inesperado, mas muito legal. Sou grata a todas as oportunidades que eu tive e venho tendo na minha carreira.

Czeslawa Kwoka, menina polonesa morta pelos nazistas no campo de Auschwitz, em 1942 ou 1943 - Foto original: Auschwitz-Birkenau State Museum

O projeto que mais gosta é ainda o da criança polonesa no campo de concentração de Auschwitz (foto acima)?

É, e acho difícil que alguma outra foto consiga superar aquela. Ela não é nem de longe a foto mais complexa e demorada que já fiz, mas é a que causou maior impacto emocional em mim e nas pessoas. Eu a divulguei na internet durante o International Holocaust Remembrance Day, sem esperar que ela alcançaria tantas pessoas. O museu de Auschwitz fez uso dela, assim como diversos outros veículos da mídia. Desde então, recebo relatos todos os dias de pessoas do mundo inteiro dizendo que foram capazes de entender a magnitude do Holocausto só após terem a oportunidade de ver o rosto daquela menina em cores pela primeira vez. Esse era o meu objetivo, então eu me orgulho muito desse projeto.

Quais são os tipos de clientes e o que eles buscam ao te contratar?

Trabalho com clientes de vários perfis. Museus, revistas, emissoras de TV, editoras, autores, pessoas que buscam restaurar fotos de família... Cada segmento é diferente, mas, no fim, todos querem que um bom trabalho seja feito na restauração para que a memória de determinada pessoa seja preservada com o devido respeito.

Imperador russo Nicolau II, seus filhos e oficiais cossacos do Konvoy - Foto original: Romanov Collection, General Collection / Colorização: Marina Amaral

Conte-nos um pouquinho sobre o seu workflow.

Não existe mistério. As ferramentas são as básicas do Photoshop. O diferencial está na quantidade de horas que dedico para ter certeza de que cada detalhe está como deveria estar, e nas horas de estudo por trás de todo o processo em si.

Como é especificamente o trabalho de pesquisa para reproduzir cores historicamente acuradas?

Na maioria das vezes, conto com a ajuda de historiadores e especialistas para identificar o maior número possível de objetos em uma cena. Eles me passam as informações em relação às cores que deverão ser utilizadas, e à partir daí tento buscar o maior número de referências possíveis para reproduzir tais cores. A pesquisa também se dá em documentos históricos e jornais da época. Nem sempre é possível identificar tudo, mas o objetivo é chegar o mais perto disso.

Monge em chamas, 1963 - Foto original: Malcolm Wilde Browne / Colorização: Marina Amaral

Tem algum projeto em especial planejado para o futuro (algo já programado ou um 'projeto dos sonhos' em mente)?

Venho trabalhando há quase um ano em um projeto muito especial. Infelizmente, ainda não posso dar muitos detalhes, mas possivelmente algo será dito nos próximos meses. O que posso adiantar é que será algo revolucionário e de gigantesco valor educacional. Está sendo feito em parceria com as pessoas certas, com muito respeito e cuidado, para que alcance o maior número possível de pessoas.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Marina Amaral, acesse: www.marinamaral.com.