terça-feira, 20 de outubro de 2020

A poesia visual da quarentena nas fotos de Marcius Barcelos

outubro 20, 2020 | por Thais Andressa


A arte como via de expressão e forma de transmitir a poesia do cotidiano. Natural de Belo Horizonte (MG), o fotógrafo Marcius Barcelos iniciou seu percurso na fotografia no ano de 1988. Atualmente, é técnico do laboratório de processos fotográficos da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), além de realizar coberturas de eventos culturais e manifestações de cunho político; contribuindo com seus registros para movimentos sociais e mídias alternativas. Há quase dez anos habituado à rotina do laboratório fotográfico, durante a quarentena, Marcius tem realizado seus trabalhos de forma remota em sua casa, em uma pacata cidade do interior de Minas. Segundo ele, a fotografia em seu cotidiano durante o isolamento tem exercido um papel importante, a partir de um processo intenso de produção e uma outra percepção da vida ao seu redor. O pôr-do-sol tem sido um elemento muito presente em suas narrativas visuais. As nuances do entardecer transmitem esperança e leveza em meio ao caos. "Porque normalmente, no meu horário de trabalho eu não vejo o pôr-do-sol, e durante o isolamento pude suprir essa falta. Às vezes, da janela de meu quarto faço os registros, e me entrego à instantes de contemplação de um grande espetáculo da natureza. Fragmentos de paz em meio ao caos", afirma.







Sobre suas fontes de inspiração, Marcius declara que tudo se torna referência e potência criativa. “Deixo a intuição agir. Ver o mundo à minha volta, a partir do alcance de minha visão e ampliá-la com as objetivas é o que me inspira”. Uma de suas exposições mais marcantes foi “Instantes em Instagram”, que compôs a programação do Inverno Cultural UFSJ em 2014. A linha que segue, segundo ele, é o Documental do Cotidiano. “Estou em busca das luzes e sombras que marcam meu dia a dia, me sinto mais livre assim; tanto que, minha primeira exposição individual “Instantes em Instagram” foi com esse enfoque. A fotografia eletrônica aumentou muito as possibilidades de visualização dos trabalhos de artistas e fotógrafos, principalmente com as redes sociais. Não é meu foco principal, mas estão lá. Com o trabalho desenvolvido na quarentena vou investir mais na questão de ter um produto para futuras exibições; é um testemunho de nossos tempos”, conclui. Para o fotógrafo, persistência e ousadia fazem a diferença no percurso de quem está inserido no ramo fotográfico/artístico, ainda mais, se alimentada com estudos profundos. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do artista acesse o Instagram.