segunda-feira, 16 de outubro de 2023

São Paulo reúne 23 fotógrafos paraenses em exposição multimídia

outubro 16, 2023 | por Resumo Fotográfico

A mostra “Um país chamado Pará”, que abre nesta terça-feira (17) na Panamericana Escola de Arte e Design, tem como principal fio condutor o questionamento – e a subversão – aos suportes, às linguagens tradicionais e a seus desdobramentos ao longo das últimas três décadas


Alberto Bitar

Um panorama de imagens contemporâneas do Estado que tem hoje a capital conhecida como a “metrópole da Amazônia”, desembarca em São Paulo, na exposição “Um país chamado Pará”, apresentada pelo Ministério da Cultura, Namazônia e o Instituto Cultural Vale, sob a chancela da Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet e a parceria da Panamericana Escola de Arte e Design.

A exposição será inaugurada nesta terça-feira (17) na Panamericana Escola de Arte e Design e seguirá em cartaz até 2 de dezembro, com uma intensa programação paralela com atividades gratuitas. Mais informações sobre a programação no site.

Com imagens em suportes alternativos (foto-esculturas, vídeos e videomapping), produzidos pelos principais fotógrafos da cena paraense, a mostra traz um recorte de 30 anos do Estado a partir do olhar de 23 artistas. A iniciativa conta com curadoria de Rosely Nakagawa, projeto expográfico de Flávio Franzosi, projeto de acessibilidade de Sílvia Arruda e coordenação geral da gestora cultural Fatinha Silva.

Integram a mostra os fotógrafos Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Betania Barbosa, Claudia Leão, Dirceu Maués, Elza Lima, Emídio Contente, Flavya Mutran, Guy Veloso, Ionaldo Rodrigues, Irene Almeida, Jorane Castro, Mariano Klautau Filho, Miguel Chikaoka, Orlando Maneschy, Octavio Cardoso, Patrick Pardini, Paula Sampaio, Rafael da Luz, Suely Nascimento, Wagner Almeida, Walda Marques e Yan Belém.


A fotógrafa Walda Marques construiu seu portfolio a partir de retratos e tem conseguido manter com a construção de personagens a narrativa ficcional que ergueu a partir das suas fotonovelas


Yan Belém revisita os personagens da cidade incluindo um estranhamento natural de sua geração 2000, diante de cenas captadas em locais tradicionais como o mercado Ver-O-Peso. Hoje ele convive com a complexidade do mundo analógico do trabalhador e a velocidade digital dos aplicativos

“Um país chamado Pará” busca ressaltar a singularidade, a expressividade, as interrelações geracionais e a contribuição do Estado da região Norte à arte brasileira a partir da pesquisa de processos de criação. Com recorte temporal específico (dos anos 90 aos dias de hoje), a mostra tem como principal fio condutor o questionamento – e a subversão – aos suportes, às linguagens tradicionais e a seus desdobramentos ao longo das últimas três décadas. Por meio da união de duas gerações de fotógrafos, entre reconhecidos e novos talentos, tem-se como resultado a mostra inédita, que se compõe de obras desenvolvidas de maneira muito característica no Pará.

Como a fotografia representa importante campo de trocas sociais e artísticas, a exposição engloba a difusão e a produção de conhecimentos, o compartilhamento de saberes, a formação de público e o intercâmbio entre as regiões, de forma a dar visibilidade à produção brasileira, e, especificamente, do Pará, desde os anos 1970. “No cenário cultural, nossa fotografia atua como um núcleo de referência para o desenvolvimento de uma linguagem fotográfica na região amazônica, por incentivar e promover o trabalho coletivo organizado na prática da ideia-ação-reflexão, aprimorando e multiplicando oportunidades de acesso ao exercício de fazer e pensar tal arte, sempre em sintonia com as questões sociais e culturais emergentes”, comenta Nakagawa.

Rosely aponta que o Pará é um dos maiores e vibrantes expoentes do panorama da fotografia brasileira. O movimento fotográfico do Estado se solidificou nas últimas três décadas, por meio de livros, críticas, publicações, prêmios e presenças de artistas em exposições nacionais e internacionais – a exemplo, das bienais de São Paulo e Veneza. “Nosso projeto, vem, então, ao encontro da busca de mais espaços de discussão para os que fazem, pensam e pesquisam fotografia; especialmente, a paraense”, completa.

De acordo com Alex Lipszyc, Diretor Geral da Panamericana Escola de Arte e Design,” a exposição, além de contar a importância que a Região Norte traz à arte do nosso país, também apresenta obras de 23 fotógrafos com seus respectivos olhares criativos. Em São Paulo a mostra “Um país chamado Pará” só poderia acontecer numa rua chamada Pará, onde se encontra a escola, que é na confluência com a av. Angélica e Rua Pará”.

SERVIÇO
Exposição “Um país chamado Pará”
Abertura: 17 de outubro de 2023, terça-feira, às19h
Período: de 18 de outubro a 2 de dezembro de 2023
Visitação: de segunda a sexta-feira de 9h às 20h e aos sábados de 9h às 12h
Local: Panamericana Escola de Arte e Design – Av. Angélica, 1900 - Higienópolis, São Paulo/SP
Informações: (11) 3661-8511