
Foto: Gustavo Minas
A maior comunidade quilombola do Brasil é o tema da exposição “Kalunga”, com fotografias de Gustavo Minas e Orestes Locatel, na Mosaico Fotogaleria. A abertura da mostra será no dia 22 de maio, a partir das 19 horas.
Com curadoria de Gabriel Lordello e Tadeu Bianconi, a exposição propõe o diálogo entre o trabalho desses dois fotógrafos brasileiros, de diferentes gerações, que se voltaram para a comunidade dos Kalungas, no interior de Goiás.
Locatel iniciou sua documentação no ano 2000 e já expôs seu trabalho na Bienal de Fotografia de Liege, na Bélgica; e na exposição "Black Is Beautiful", realizada durante a Bienal de Fotografia de Amsterdã, onde representou o Brasil ao lado do consagrado fotógrafo Walter Firmo. Também realizou outras três mostras individuais em galerias de arte de Bruxelas, na Bélgica, em Sófia e no Museu de Varna, na Bulgária.
O trabalho de Gustavo Minas na região é recente. Por meio do amigo Weverson Paulino, que é da região quilombola, realizou duas viagens, uma em 2023 e outra em 2024, durante a Romaria de Nossa Senhora da Abadia, mais conhecida como a Festa do Império Kalunga. Gustavo, que é mundialmente conhecido pelo trabalho de fotografia de rua, vem a Vitória para realizar um Workshop na Mosaico Fotogaleria, e vai expor seu trabalho dos Kalungas pela primeira vez.
Foto: Gustavo Minas
Dois olhares sobre os Kalungas
“Já conhecíamos essas fotografias do Orestes Locatel e sabíamos que ele nunca havia apresentado aqui no Brasil. Com a vinda do Gustavo Minas a Vitória, e cientes do trabalho recente dele na mesma região, propusemos uma exposição que reunisse essas duas visões bem distintas dessa comunidade tão distante para a maioria das pessoas. Criamos uma coleção inédita e belíssima que vale a pena conhecer”, afirma Gabriel Lordello, da Mosaico Fotogaleria.
A exposição, que é gratuita e aberta ao público em geral, contará com 29 fotografias em pequeno formato, sendo as coloridas de autoria de Gustavo Minas e as em preto e branco, de Orestes Locatel.
Todas as fotografias estarão disponíveis para aquisição na Mosaico Fotogaleria, desde pequenos formatos até grandes ampliações com qualidade fineart, acompanhadas de certificados de autenticidade.“Ao analisar os dois trabalhos é interessante ver como cada um desenvolve uma narrativa própria. Locatel, com um estilo mais clássico e documental, produziu as fotos em preto e branco, utilizando a fotografia analógica como suporte. Já Gustavo, apresenta uma proposta mais contemporânea e ousada, com a cor e o espontâneo alicerçando suas composições. Pensamos nesse diálogo para destacar o trabalho autoral na fotografia e, não menos importante, darmos luz para esta comunidade quilombola histórica e que precisa ser reconhecida, valorizada e preservada”, diz Tadeu Bianconi.
A exposição fica em cartaz na Mosaico Fotogaleria até o dia 12 de julho. Para conhecer a mostra é preciso agendar uma visita previamente por meio do WhatsApp 027 99943 0831 ou pelo e-mail fotogaleria@mosaicoimagem.com.br.
Foto: Orestes Locatel
Sobre os fotógrafos
Gustavo Minas nasceu em Cássia, Minas Gerais, e atualmente vive em Brasília. Estudou fotografia com Carlos Moreira, Gueorgui Pinkhassov e Nikos Economopoulos. Em 2017, sua série "Rodoviária" venceu o Pictures of the Year Latin America, na categoria "O Futuro das Cidades". Em 2023, seu projeto "Cidades Líquidas" foi um dos finalistas do Leica Oskar Barnack Award. Tem dois livros publicados: "Maximum Shadow, Minimal Light" (2019) e "Liquid Cities" (2024).
Orestes Locatel, carioca, começou a fotografar aos sete anos de idade. Formado em Jornalismo pela UFES, foi contratado pela Bloch Editores, em 1995, onde integrou a equipe de fotógrafos da revista Manchete, uma das publicações tidas como referência do fotojornalismo brasileiro. Nos anos 2000, abriu um estúdio de fotografia publicitária e atendeu as principais empresas e agências capixabas. Retornou ao Rio de Janeiro em 2005, voltando a atuar com fotografia editorial para as mais importantes publicações do Brasil. Já participou de exposições no Brasil e no exterior. Hoje, se dedica aos seus projetos pessoais e atua como fotógrafo freelancer.
Foto: Orestes Locatel
Comunidade Kalunga
SERVIÇO:
Exposição fotográfica “Kalunga”, de Gustavo Minas e Orestes Locatel
Abertura: 22 de maio de 2025, às 19 horas
Local: Mosaico Fotogaleria - Rua Aristóbulo Barbosa Leão, 500, loja 18, Shopping Victória Mall
Visitas: agendamento por WhatsApp (27) 99943 0831 ou email fotogaleria@mosaicoimagem.com.br.
Com 262 mil hectares, o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga é o maior território quilombola do Brasil. Em 2021, o quilombo foi reconhecido pela ONU como o primeiro território no Brasil conservado pela comunidade, com 83% de área com vegetação intocada. A região abrange três municípios e abriga 56 comunidades, com mais de 8 mil habitantes. Sua população se fixou ali a partir do século XVIII, fugida da escravidão nas minas de ouro na região.
A economia do quilombo se baseia principalmente em agricultura de subsistência, com o cultivo de roças familiares, além do ecoturismo, extrativismo e pecuária. Devido às dificuldades de acesso da região, sua população conseguiu se isolar por muito tempo, desenvolvendo sua própria autonomia e subsistência. Até 1982 eram completamente isolados, com raros contatos externos. Com isso, conseguiram também manter suas tradições culturais, como as festas que reúnem comunidades de todo o território e remetem ao Brasil império.
SERVIÇO:
Exposição fotográfica “Kalunga”, de Gustavo Minas e Orestes Locatel
Abertura: 22 de maio de 2025, às 19 horas
Local: Mosaico Fotogaleria - Rua Aristóbulo Barbosa Leão, 500, loja 18, Shopping Victória Mall
Visitas: agendamento por WhatsApp (27) 99943 0831 ou email fotogaleria@mosaicoimagem.com.br.